Caldense que é professor do ensino superior no Turismo foi distinguido

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Nuno Gustavo no momento em que recebeu a distinção

O percurso de Nuno Gustavo foi reconhecido tendo o caldense sido agraciado com prémio Carreira

Nuno Gustavo foi distinguido com o Prémio – Carreira de Melhor Docente do Ensino Superior – Hospitality Education Awards, promovido pelo Turismo de Portugal, IEFP, ANESPO e Associação Fórum Turismo.
O docente, de 45 anos, viu assim o seu percurso reconhecido dado que o prémio destaca a excelência no ensino e a sua contribuição para o desenvolvimento do setor do turismo e hotelaria.
Doutorado em Turismo, Lazer e Cultura pela Universidade de Coimbra, título que obteve em 2011, o caldense é desde 2021 professor coordenador na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) colaborando ainda com diversas instituições de ensino a nível nacional e internacional. O caldense ainda passou por Engenharia e por Medicina mas depois a escolha final foi a área do Turismo “por paixão e convicção”, contou o premiado à Gazeta das Caldas. Foi o melhor aluno do seu curso na ESHTE em 2003 e acabou por ser convidado a lecionar, atividade que aprecia, apesar de se dedicar a áreas de investigação relacionadas com gestão estratégica e de operações, assim como ao marketing de negócios de turismo e hotelaria, áreas nas quais tem desenvolvido importantes projetos em Portugal, Moçambique e também em Cabo Verde.
O docente – que se doutorou com 33 anos – na licenciatura estudou as termas das Caldas e, no mestrado, dedicou-se às termas de S. Pedro do Sul. No doutoramento centrou-se também no Turismo de Saúde tendo estudado os Spas e o Turismo do Bem- Estar. “Concluo que o estudo veio antes do tempo”, disse o investigador que ainda conta no seu currículo com a edição de dois livros, a publicação de 19 capítulos de livros e 10 artigos científicos, além da colaboração com 20 colegas investigadores. Como professor convidado, o caldense já lecionou em Grenoble (França)e noutras instituições no Dubai (Emirados Árabes Unidos), Coreia do Sul e na Eslovénia.
Ao longo da sua carreira, Nuno Gustavo já recebeu quatro prémios e é membro do Conselho Editorial do Journal of Hospitality and Tourism Management.

Chegar de África de manhã e para lá voltar à tarde
“Nos últimos 15 anos fiz muitos projetos na área da consultadoria em hotelaria sobretudo em Moçambique e em Cabo Verde”, contou o investigador que, por vezes, que chegava de manhã a Lisboa de um dos países africanos e partia à tarde para o outro.
“Houve um ano em que dos 12 meses do ano só dormi quatro em casa”, contou o caldense, que vive na fronteira entre as Caldas e o concelho de Alcobaça.
Em Cabo Verde, por exemplo, Nuno Gustavo trabalhou na instalação de uma escola de hotelaria e turismo com residência e prestação de serviços à comunidade e que foi financiada pela cooperação luxemburguesa. O projeto, liderado por um português, a certa altura foi necessário criar o business plan da escola e o plano estratégico da formação. “Um trabalho que deveria ter durado um mês acabou por se estender durante seis anos!”, disse o caldense, envolvido em várias missões de enpowerment e de capacitação das equipas. “Infelizmente os projetos africanos perdem dimensão e o legado que deveria ficar, não permanece”, referiu o consultor. Na sua opinião, África “é uma verdadeira lição de vida” pois apesar da muita pobreza, da falta de água e de outros recursos “há também uma grande humildade e gente com muita vontade de se integrar nos projetos”.
Por outro lado, por causa da disseminação dos projetos, Nuno Gustavo tem visitado países como a Austrália, Nova Zelândia, Japão e EUA “onde se vai do oito ao oitenta” ou seja onde se constata grande progresso e evolução e que tanta contrasta com África.
Um dos projetos em que o caldense esteve envolvido foi, no Sul de Moçambique, foi a instalação da a Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, um projeto financiado pelo Banco Mundial e mais tarde com o apoio da Gulbenkian “foi possível capacitar a equipa de responsáveis e professores”. Nuno Gustavo referiu que em África, “há muita falta de liderança” e lamenta que na maioria das vezes, a continuidade dos projetos é posta em causa. Também acha que a falta de liderança é também constatável por terras lusas onde também “praticamente não há meritocracia”. Este prémio é por isso uma pedrada no charco e todos os anos “têm aumentado os candidatos, o que torna mais difícil a escolha”.
A distinção acaba por representar o reconhecimento do trabalho académico e profissional que vê assim a sua carreira de 22 anos, reconhecida entre a coordenação dos projetos internacionais, aulas, orientações referentes a licenciaturas, mestrados e doutoramentos.

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Conhecer cidades a correr
Entre os muitos projetos que desenvolveu contam-se outros como na área do Planeamento Territorial, tendo trabalhado com a Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo tendo desenvolvido iniciativas relacionadas com o Turismo Náutico, Enoturismo, Turismo Cultural e com a marcação dos Caminhos de Santiago.
Singapura é uma cidade- Estado situado no Sudoeste da Ásia e que Nuno Gustavo considera “que é a Suíça da Ásia” e, em dezembro próximo, o caldense irá realizar a Meia Maratona de Singapura. “Acordar cedo e correr pelas cidades é uma ótima maneira de as conhecer”, disse o investigador que corre todos os dias e já conhece várias localidades dos mundo, fazendo corridas.
Nuno Cardoso, que vai continuar a querer progredir na sua carreira académica, salientou três países do seu extenso currículo: o primeiro foi o Japão “pela cultura e pelo grande respeito pela condição humana”.
Em segundo lugar nomeou Austrália “como sociedade onde tudo funciona e de forma simples, com transparência e respeito”. O paraíso na Terra, disse o caldense, são as Maldivas. ■

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