A jovem que reside em Coimbra assumiu, em maio deste ano, as funções na direção da estrutura que está a nascer na cidade dos estudantes e que será a primeira deste tipo a nível nacional
A jovem caldense Filipa Cunha é, desde maio, diretora do TUMO Coimbra, o primeiro centro de tecnologias criativas que promove um programa educativo gratuito deste tipo em Portugal. A residir na cidade dos estudantes, mantém ligação com o Oeste, onde vivem os familiares. “Tenho uma ligação emocional forte e visito com regularidade a região”, conta. Das Caldas guarda memórias, por exemplo, das escolas, como a básica do Bairro da Ponte, a D. João II e a secundária Raul Proença. “Esta última guardo com muito carinho pelos anos de ensino secundário que foram extraordinários. Tive professores incríveis”. A psicóloga, que se licenciou e tirou mestrado em Psicologia no ISCTE-IUL, em Lisboa, iniciou a vida profissional ainda enquanto estudante. “Comecei por ser promotora do ISCTE-IUL nas escolas secundárias” e foi aí que tomou contacto com a realidade educativa e “com a dificuldade de tomada de decisão dos alunos à saída da escolaridade obrigatória”. Tal levou-a a criar, com um amigo, a Inspiring Future – Associação Future – que faz este ano 10 anos, organizando uma feira de ensino superior e profissional em escolas secundárias do país. “O projeto Inspiring Future ganhou o 1.º prémio de melhor projeto de empreendorismo social em 2015 pela Acredita Portugal”. Depois passou um ano fora do país, na Austrália, onde trabalhou em restaurantes e também na Universidade de Sydney. Nesse ano, passou dois meses a dar aulas na ilha de Sumatra (Indonésia). No regresso foi para o Porto para continuar os projetos na Associação Future, agora na formação a estudantes universitários”. Seguiu-se uma experiência de um ano e meio nos recursos humanos da Prozis, tendo voltado para a área da educação numa ONG, a Teach For Portugal, “que tem como objetivo combater a desigualdade educativa em escolas de contextos socio económicos mais desfavorecidos”.

O TUMO é “um projeto extraordinário e inovador, com o qual me identifiquei com o modelo, o propósito e pelo desafio de ser o primeiro Centro TUMO em Portugal e por poder contribuir para uma implementação de sucesso”. A caldense explica que este “modelo pretende dar a jovens dos 12 aos 18 anos a possibilidade de contactar com áreas que, até então, lhes poderia ser difícil fazê-lo. Estamos a falar de áreas tecnológicas e artísticas e a sua interseção, com a oportunidade de terem acesso ao que de mais de inovador se faz”, podendo experimentá-las, “escolher mais do que uma e ter uma aprendizagem muito prática: componente de auto aprendizagens e workshops”.
Filipa Cunha nota que “este programa é para todos, não excluindo ninguém pelo nível socio-económico”. Localizado no antigo edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, irá receber no primeiro ano 1050 jovens entre os 12 e os 15 anos, sendo a frequência gratuita (financiada pela Câmara de Coimbra e por parceiros do setor empresarial). Com inscrições abertas, as atividades começam em outubro. Criado em 2011, na Arménia, o projeto tem sido replicado em vários países europeus.
Nesta fase de arranque, o seu dia-a-dia “exige dedicação em várias frentes como o recrutamento da equipa, que vai ter entre 30 a 35 pessoas”, a comunicação e “tudo o que é operacional na gestão de um local como horários, definição de processos internos, reuniões com vários stakeholders (ou seja, das partes interessadas)”. ■































