Caldas vestiu-se de luto em protesto pelo novo hospital

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Cerca de 300 pessoas juntaram-se em protesto pela decisão da construção do novo Hospital do Oeste no Bombarral

Pelas 11h00 da manhã de sábado as pessoas começaram a juntar-se no largo da Rainha, também ela envolta em faixas pretas, numa ação de protesto, marcada pela Câmara das Caldas, contra a decisão da tutela da construção do novo hospital do Oeste no Bombarral. Alguns envergando t-shirts com o slogan “Eu luto pelo Hospital”, outros simplesmente com vestes negras, percorreram a Rua Heróis da Grande Guerra, Rua das Montras, Praça da Fruta, para terminar frente ao Hospital Termal, onde o presidente da Câmara, Vítor Marques, voltou reclamar um “hospital novo que satisfaça as necessidades da população”. O autarca não se revê na decisão do ministro, lembrando que apresentaram um parecer técnico com critérios que têm de ser tidos em conta para se poder “tomar uma boa decisão”.
Caldas está de luto, com faixas pretas colocadas nos edifícios públicos e também em alguns estabelecimentos comerciais. “Nada nos move contra o Bombarral, mas para se criar um novo território delapidar um já existente não nos revemos nessa solução”, reitera o autarca, que também quer ouvir a voz dos cidadãos.
A equipa que trabalhou no parecer técnico vai fazer uma avaliação do relatório entregue ao ministro, para levar ao Presidente da República, aos ministros da Saúde e da Coesão Territorial, e à presidente da CCDR, “porque o que se está a passar é contrário aos regulamentos do território”, justifica. Vítor Marques referiu ainda que o processo está também a ser acompanhado do ponto de vista jurídico.
Na opinião do autarca as pessoas ainda “não perceberam que o hospital das Caldas vai fechar”, razão que os leva a irem para a rua.

“FALO” pela tua Saúde
Entretanto, na passada semana, um grupo de cidadãos das Caldas, preocupados pelo atual e futuro estado da saúde no Oeste Norte, criou o movimento “FALO” pela tua Saúde. Cláudio Silva, Carlos Barroso, Luís Pires, Joaquim Silva, José Galinha, Jorge Reis, Fernanda Hilário, Pedro Fiandeiro, Rui Gomes, Rui Vogado e “muitos mais”, querem “um hospital nas Caldas em pleno funcionamento”. Pretendem apresentar-se na Assembleia Municipal desta terça-feira e propor a “cisão” do CHO e a criação de uma ULS Oeste Norte, integrando os hospitais das Caldas e Peniche e o ACES Oeste Norte (eventualmente integrar freguesias de Alcobaça e Rio Maior). Querem que o hospital, a permanecer nas Caldas, garanta as diversas valências e que venha a ter uma farmácia hospitalar. Será tudo isto, dizem, “o garante da existência de uma urgência Médico-Cirúrgica nas Caldas e uma Urgência Básica em Peniche, requalificando ainda Peniche para uma unidade de cuidados continuados e internamento em psiquiatria, complementando-se com Caldas da Rainha”.
Estão a organizar uma marcha lenta entre Caldas e Óbidos, a 20 de julho das 10h00 às 13h00, e a possibilidade de colocar uma providência cautelar ou uma ação judicial contra o anúncio do ministro da Saúde sobre a localização proposta e a extinção do hospital das Caldas tal como agora funciona. Entre as propostas estão também condições de atratividade para os profissionais de saúde e a possibilidade de cursos na área da Saúde ministrados nas Caldas.
Sara Velez interpela ministro
Na intervenção que fez na audição regimental ao ministro da Saúde, a deputada caldense Sara Velez (PS), mostrou a sua discordância com a localização escolhida e manifestou, a título pessoal, que retirar o hospital do concelho onde se encontra, não só é penalizador para as Caldas como “não é a melhor solução para a rede hospitalar regional e nacional”. A parlamentar aguarda conhecer todos os detalhes da decisão, mas também quer saber se os investimentos continuarão a ser feitos nas atuais unidades e se o governante já decidiu o que fazer no futuro com estas instalações hospitalares. ■

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