
Os refugiados que vieram para a região, mais concretamente para as Caldas, estão praticamente todos integrados e a trabalhar. Esse bom trabalho feito pelas várias entidades foi dado a conhecer, no dia 12 de Fevereiro, a um grupo de trabalhadores sociais que integra o projecto europeu Inclusion, que reúne organizações de Espanha, Eslováquia, Itália e Portugal.
Uma família síria recebida pela Fundação João XXIII em Setembro de 2016 mantém-se na cidade e a trabalhar. A mulher trabalha na Santa Casa da Misericórdia e o marido numa empresa de carnes de aves. Os três jovens eritreus acolhidos pelo núcleo caldense da Cruz Vermelha também se encontram a trabalhar nas áreas da hotelaria e da fruticultura. O jovem iraquiano que foi acolhido pela Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão é funcionário da Casa de Pão de Ló. Duas famílias sírias foram recebidas pela autarquia das Caldas e uma das mulheres já trabalha numa empresa de limpezas, enquanto que outro casal está à espera da documentação para poder trabalhar.
Esta percentagem de integração e inserção dos refugiados no mercado de trabalho faz das Caldas um caso de sucesso a este nível, embora, na verdade, a amostra seja muito reduzida para se extrapolarem conclusões.
Mas o bom exemplo serviu de pretexto para uma visita de técnicos vindos do País Basco (Espanha), Itália Eslováquia e também de Portugal, que integram o Inclusion. Trata-se de um projecto financiado pela Comissão Europeia, no valor de 60 mil euros, que tem a duração de 18 meses e procura a troca de conhecimentos e boas práticas entre as organizações envolvidas no apoio aos refugiados.
“O nosso tópico é a inclusão de refugiados e migrantes através da educação não formal, a partilha de boas práticas e metodologias entre os países envolvidos e colocar esse conhecimento ao serviço dos trabalhadores sociais europeus”, resumiu Alex Lopez, coordenador do projecto, à Gazeta das Caldas no final da visita que fizeram no passado dia 12 de Fevereiro.
A visita de estudo a Portugal é a última do projecto, que começou em Fevereiro de 2017 com um encontro de coordenação em Bilbao (País Basco). Além de instituições de Lisboa, a CAI – Conversas Associação Internacional (entidade portuguesa a participar no projecto) trouxe o grupo a visitar as Caldas e a tomar contacto com a realidade dos refugiados nesta zona. Depois de tomar o pequeno-almoço na Casa do Pão de Ló de Alfeizerão e terem conhecido o refugiado iraquiano que ali trabalha, o grupo foi recebido na Câmara pela vereadora Maria da Conceição Pereira, que lhes explicou a longa tradição que as Caldas tem no acolhimento de refugiados. Houve ainda uma visita às instalações da Cruz Vermelha e a tarde foi de trabalho na Expoeste.
Alex Lopez destacou o facto da Câmara caldense e as diversas instituições sociais do concelho trabalharem em rede. “Acho que é importante esse envolvimento contínuo das diferentes instituições para o acolhimento e integração dos refugiados”, disse.
O responsável explicou que nas visitas efectuadas tem encontrado realidades muitos diferentes, tendo em conta cada um dos países envolvidos, desde logo com os valores de migrantes e refugiados que acolhe, assim como a origem dessas pessoas. Entre estes quatro países, a Itália é o que recebe mais refugiados, seguido de Portugal, Espanha e Eslováquia.
O resultado final será a criação de um livro com as boas práticas de cada um dos países envolvidos e que terá que estar concluído no Verão. Este será depois enviado à Comissão Europeia e a diversas entidades ligadas ao acolhimento dos refugiados.
“Para nós é importante aprender com o que é feito pelos outros países”, disse Alex Lopez, acrescentando que querem usar esse conhecimento para disseminar as boas práticas.






























