Caldas SC apresentou contas com 195 mil euros de prejuízo em 2021/22

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Direção defende que o aumento da receita depende do reforço da profissionalização da estrutura do clube

Saúde financeira não está causa, mas responsáveis adiantam que, sem reforço de receitas, o clube só é sustentável por mais duas ou três épocas.

A assembleia geral do Caldas SC aprovou por unanimidade o relatório e contas do exercício 2021/22, com um resultado líquido negativo de cerca de 195 mil euros.
No exercício em questão, as despesas aumentaram 72%, para 816 mil euros. “É um crescimento brutal, mas não se fez nada que não se devia ter feito. É a nova realidade com a Liga 3”, explicou o contabilista Eurico Barreto. Os gastos com o pessoal subiram 48,4%, para 273 mil euros, o que inclui honorários de jogadores, treinadores, todo o staff de apoio às equipas e ainda os funcionários do clube. Os fornecimentos externos constituem a principal fatia dos custos (443 mil euros) e incluem, entre outros, as intervenções que o clube fez nas infraestruturas do Campo da Mata para poder receber os jogos da Liga 3. A receita também subiu substancialmente, para 625 mil euros (69,8%).
Eurico Berreto adiantou que a almofada financeira que o clube ganhou com o contrato de cedência do direito de superfície do posto de combustíveis assinado com a Galp em 2020, no valor de 1,5 milhões de euros, ainda proporciona “algum conforto”, mas alertou que este não deverá durar mais do que dois ou três anos, se o défice de receita e despesa se mantiver a este nível. Do milhão que o clube recebeu à cabeça desse contrato, restam cerca de 346 mil euros nas contas do clube.
A assembleia-geral aprovou, também por unanimidade, o orçamento para a época que está em curso. O documento perspetiva um orçamento de 755 mil euros com um défice previsto de 9 mil euros. O orçamento tem uma “clara intensão de crescimento da receita”, que Eurico Barreto acredita ser exequível. O resultado depende da angariação de 1000 novos sócios, o que pode até estar a ser superado com a campanha que o clube tem desenvolvido. Depende, ainda, da subida da receita de publicidade em cerca de 30 mil euros, o que pode ser conseguido com a profissionalização desta valência, e em 65 mil euros nos subsídios à exploração.
Jorge Reis disse que uma das prioridades é rever o contrato-programa com o Município das Caldas da Rainha, que se encontra “desajustado” face à realidade do clube no futebol de formação, com três equipas nos campeonatos nacionais e o maior número de atletas inscritos no distrito de Leiria.
A reunião magna dos sócios deu, ainda, autorização à Direção de Jorge Reis para assinar com o Município das Caldas da Rainha o contrato cedência por 25 anos do direito superfície do Campo Municipal da Quinta da Boneca, que já é de utilização exclusiva do clube.Este ato é visto prlos corpos sociais como fundamental para o futuro do clube, assim como o plano de expansão que está a ser idealizado e que pode incluir, a construção de dois novos campos e a edificação de uma nova sede social para o Caldas. Essa expansão depende, porém, de uma alteração ao PDM e a aquisição pelo município do terreno anexo ao campo a nascente.

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