Caldas é o primeiro município do país com certificação de percurso de turismo acessível

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A inexistência de barreiras e obstáculos na via pública é um dos requisitos do turismo acessível. Um grupo de autarcas fez um passeio pela rota. | FÁTIMA FERREIRA

Caldas da Rainha é o primeiro município do país a ver reconhecido um percurso de interesse turístico que pode ser percorrido pelas pessoas com mobilidade reduzida de forma autónoma e segura. O certificado foi entregue pelo Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) e é válido por dois anos. Entretanto, se forem feitas obras de melhoramento do espaço público, a área distinguida poderá ser ampliada.
Esta iniciativa integrou-se nas comemorações da Semana da Mobilidade.

 

 

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Caldas da Rainha tem a primeira rota turística acessível certificada em Portugal. “Este espaço permite às pessoas com mobilidade reduzida circular de forma independente e autónoma”, atesta Jorge Gorito, do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), que certificou o município por dois anos.
A rota é delimitada a norte pela Praça 25 de Abril, a sul pela Rua de Camões e Largo da Misericórdia, a oeste pela Avenida 1º de Maio (junto à estação) e a leste pela Rua Leonel Sotto Mayor.
E o que torna uma cidade acessível? De acordo com o especialista, é o facto dos acessos às passadeiras estarem rebaixados, as ruas serem largas e não haver barreiras urbanísticas. “Não há sinais de trânsito ou floreiras a obstruir as passagens, o pavimento está em bom estado e o número de barreiras encontradas foi bastante diminuto, fruto da intervenção que foi feita”, disse, referindo-se às obras de reabilitação urbana que decorreram na cidade.
Jorge Gorito salientou que só em Portugal estima-se que haja cerca de um milhão de pessoas com algum tipo de deficiência. Por outro lado, há mais de dois milhões de portugueses com mais de 65 anos, e com tendência a crescer, o que mostra a importância da melhoria das condições de acessibilidade.
Este certificado surge no âmbito da proposta “Caldas Acessível”, apresentada pelo caldense Bruno Santos no Orçamento Participativo de 2015.
Mas tão importante como a obra feita é a sua divulgação pois quem tiver mobilidade condicionada e não souber que existe um percurso acessível, exclui, logo à partida, uma visita à cidade.
O vereador Hugo Oliveira destacou que esta foi a primeira fase da proposta do Orçamento Participativo, que tem um valor total de 32 mil euros. Falta agora fazer algumas obras de rebaixamento de passeios em alguns lugares da cidade, mas que já se encontram previstos no Programa Rampa – Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade.
O autarca diz que o trabalho tem que continuar, ao nível da eliminação de barreiras, com a criação de novas soluções para que as pessoas que sofrem de mobilidade condicionada possam livremente circular e usufruir da cidade.
A Câmara está também a preparar candidaturas a fundos comunitários para um projecto de turismo acessível.
A autarquia tem em vista um conjunto de obras para melhorar as condições de acessibilidade, no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano). Estão previstas intervenções nas ruas Capitão Filipe de Sousa, Sangreman Henriques e parte da Heróis da Grande Guerra, assim como no Bairro da Ponte, Bairro dos Arneiros, S. Cristóvão e Bairro Albano.
Será também feita uma nova ponte pedonal por cima da linha do comboio, para substituir a existente, junto à estação. Para além de melhores condições de passagem também terá elevadores, para permitir que pessoas com mobilidade reduzida possam aceder às plataformas e apanhar o comboio.

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