São italianos e espanhóis os peregrinos que ficarão alojados nesta vigararia. Centenas de voluntários garantem a logística e levam os jovens da região a viver, também, uma experiência de fé e de vida

Na vigararia das Caldas, Óbidos e Peniche, há quatro paróquias que vão acolher peregrinos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza entre 1 e 6 de agosto, em Lisboa. Caldas irá receber 392 jovens, cujo alojamento será repartido entre as 47 famílias de acolhimento e o pavilhão da Mata. Para a paróquia de Óbidos irão 222 jovens e para Peniche 312, todos eles italianos. A paróquia de Salir de Matos receberá 93 peregrinos espanhóis, que ficarão com 15 famílias de acolhimento e na escola primária da terra.
Entre estes jovens, apenas os que ficam alocados a Óbidos permanecerão durante uma semana, todos os outros ficam na região apenas durante o fim-de-semana em que decorre a jornada. “Prevemos que estes peregrinos, como apenas compraram o passe para o fim-de-semana, cheguem às Caldas na sexta-feira à tarde. Pelas 19h00 haverá uma missa de recepção na Igreja de Nossa Sra da Conceição e, terminada a cerimónia, os jovens que estão alocados a uma família de acolhimento irão com ela”, explicou Tiago Miradouro, um dos responsáveis pelos voluntários e chefe de equipa da paróquia caldense. E, apesar de ficarem por pouco tempo e o programa ser preenchido, os voluntários querem também dar-lhes a conhecer um pouco da cidade.
Em Óbidos, os jovens irão pernoitar no Pavilhão Municipal e também em 36 famílias de acolhimento. Durante a semana, entre quarta e sexta-feira, haverá catequeses e encontros Rise-Up, preparados para o grupo mas abertos à comunidade, com a a presença de um bispo, equipas de animação e voluntários.
As famílias de acolhimento terão um estandarte para pendurar nas portas de casa para identificar que estão a receber peregrinos da JMJ. A organização estabeleceu como critério que os menores não ficam alojados em famílias de acolhimento e que, em cada casa, ficam sempre, no mínimo, dois peregrinos.

Jovens vêm de autocarro
Todos os jovens que vêm para a região têm o transporte assegurado pelo seu local de origem. Vêm todos de autocarro, pelo que, neste caso, o problema que se coloca com transporte durante este período está resolvido. Isto porque não haverá um aumento da oferta ao nível do transporte público, na região, durante a semana da JMJ. No entanto, desde segunda feira que os voluntários que estão na organização da Jornada têm transporte gratuíto nas rápidas para Lisboa. A semana é de formações e muitos voluntários têm de se deslocar à capital para ir buscar os kits para os peregrinos e outras questões logísticas.
“Os voluntários que estão dentro das dioceses de acolhimento (Lisboa, Santarém e Setúbal), que estejam fora da grande área metropolitana de Lisboa, podem deslocar-se gratuitamente utilizando a credenciação durante esta semana e a próxima”, esclarece Carolina Trindade, do Comité Organizador Vicarial (COV) Caldas-Peniche. O mesmo não acontece para os peregrinos que se irão deslocar a Lisboa para participar nas atividades. “É uma situação que nos preocupa porque há paróquias que se inscreveram sem alojamento”, reconhece a jovem caldense.
Centenas de voluntários
A JMJ decorre em Lisboa, durante uma semana, mas para que tudo corra bem durante esses dias há uma grande logística que tem de ser implementada. Na vigararia Caldas, Óbidos e Peniche são mais de 200 os voluntários paroquiais que têm trabalhado para garantir a participação dos jovens da região no encontro com o Papa, mas também a recepção dos peregrinos que ficarão alojados na região e na organização de celebrações e eventos. Só nas Caldas são mais de 60 os voluntários paroquiais, a quem se juntam os voluntários centrais, que colaboram nas tarefas e actividades relacionadas com os eventos centrais da Jornada.
Existem ainda os adultos, também eles voluntários, que irão acompanhar os jovens que irão ficar fora da paróquia durante esta semana, e que são apelidados de peregrinos responsáveis de grupo. No caso das Caldas, entre 1 e 6 de agosto, um grupo de 92 pessoas (composto pelos responsáveis e jovens) ficará alojado na Quinta do Conde, na margem sul. “Quisémos possibilitar uma experiência completa, com o kit completo, desde alojamento, transporte, alimentação”, explica Tiago Miradouro. Com funções acumuladas na paróquia caldense, de pivot (responsável pelos voluntários) e de chefe de equipa, o jovem de 31 anos, conta passar uns dias da semana nas Caldas, mas também ter a oportunidade de ir a Lisboa participar em alguns dos encontros.
Também Carolina Trindade, de 22 anos, vai ter uma semana particularmente trabalhosa. Responsável do COV, terá de dividir o tempo entre a recepção aos peregrinos nas várias paróquias da vigararia e as múltiplas atividades que decorrem. “Temos um bocadinho a função de ser o gabinete de socorro, em que se houver algum problema com os peregrinos temos de tentar solucionar”, conta a jovem que participa pela primeira vez na experiência de uma JMJ.

As expetativas são altas. “Há três anos pensavamos que as jornadas eram uma coisa que um dia iria acontecer… mas tenho tido muito gosto em participar e é desafiante”, salienta a jovem, realçando que tem a particularidade de as organizar antes de participar. Tiago Miradouro já teve uma experiência na JMJ, em Madrid, em 2011, e destaca que esta Jornada é o resultado do esforço e preparação, que vem sendo feita, nos últimos anos, principalmente junto dos jovens. “Durante quatro anos houve um projeto, chamado Say Yes, para preparar os jovens para estas jornadas e que acabou por se tornar na renovação da catequese para os mais velhos e atrair outros jovens”, explicou.
O ponto alto destas jornadas é o encontro com o Papa Francisco, mas estes voluntários sabem que nem todos terão essa oportunidade, pois “alguns estarão a trabalhar para garantir que tudo funcione”. ■






























