O coronavírus veio alterar a forma de vida das pessoas e as cidades estão a tentar dar resposta, algumas delas dando prioridade às caminhadas e bicicletas, tornando-se mais cicláveis. Esta mudança de paradigma nas opções de deslocação nas cidades tem sido promovida também pelo município caldense, com a estimulação da mobilidade pedonal e de usufruto do espaço público, no âmbito da regeneração urbana. De acordo com a vice-presidente da Câmara, Maria João Domingos, também tem sido feita uma sensibilização “às primeiras idades” para a importância de reduzir o uso automóvel nas deslocações curtas, incentivo ao uso de bicicleta e transporte partilhado e público, e também, em tempo lectivo a linha do TOMA é alterada para melhor dar resposta a este objectivo.
O município de Caldas da Rainha tomou outras iniciativas de estímulo à mobilidade suave. De acordo com a autarca foi elaborada uma proposta de traçado para a implementação da rede ciclável piloto (que já tem o projecto de execução terminado), a instalação de carregadores eléctricos para automóveis (e que actualmente já se encontram reparados), “antecipando em vários anos a sua instalação de um posto, do nosso município, pela rede Mobi.e”, concretiza. Maria João Domingos salienta que essa é a filosofia que está subjacente ao Plano de Acção de Mobilidade Urbana, que incentiva a circulação pedonal e dos veículos não poluentes como opções a privilegiar, prevendo o aumento da área de infraestruturas destinadas a estas formas de deslocação como é o caso das ciclovias, entre outras.
Com o projecto de execução terminado, “apesar de se estarem a equacionar pequenas rectificações”, como especifica a autarca, a rede ciclável piloto tem um traçado que vai do complexo desportivo Abraço Verde até à ESAD e deverá ser realizada por fases, a primeira das quais entre a zona desportiva e o Pavilhão Rainha D. Leonor. “Contamos que a abertura de concurso para a primeira fase ainda seja efectuada este ano, prevendo-se a execução em 2021”, explica Maria João Domingos à Gazeta das Caldas.
BICICLETAS ELÉCTRICAS
Paralelamente, a implementação de bicicletas eléctricas partilhadas está prevista no âmbito do projecto aprovado de orçamento participativo. Está a ser concretizado o procedimento de contratação pública para 20 bicicletas com sistema de localização, quatro docas de grupo de cinco lugares e dois de seis lugares, “devendo a instalação decorrer este ano, apesar das dificuldades de comercialização desta fase pandémica”, explica.
A primeira versão do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) foi apresentada em finais de Janeiro e a autarquia entendeu, que dado o longo periodo de implementação (mais de duas décadas), solicitar à empresa um cronograma com uma priorização de medidas a articular e verter em plano de acção. De acordo com a vice-presidente da autarquia caldense a palavra chave deste projecto é “viver a cidade”, encorajando a existência de espaços “de sociabilidade e habitabilidade, minimizando as estruturas de transporte e elementos intrusivos ao ambiente urbano”..
PS DEFENDE CICLOVIAS INSTANTÂNEAS
Os vereadores socialistas, Luís Patacho e Jaime Neto defendem a criação e implementação de ciclovias instantâneas (temporárias) nas vias mais centrais da cidade, bem como nas vias de acesso ao centro urbano, como a EN 8 – Estrada de Tornada (sentido Tornada- Caldas), à semelhança do que já está a acontecer cada vez mais em várias cidades do mundo. Defendem que esta medida poderá ser vista como um “incentivo para a mudança de atitude social e comportamental face à mobilidade” e consideram que é desejável implementar uma “aposta clara de política urbana no favorecimento do transporte por bicicletas em detrimento do transporte individual por automóvel, atendendo à relutância de algumas pessoas em andar de transportes públicos”, decorrente do levantamento das medidas de confinamento da Covid 19.
PARQUÍMETROS NA CIDADE
A colocação de parquímetros na cidade, de modo a regular o estacionamento ainda irá demorar. A vereadora Maria João Domingos explica que actualmente está a ser elaborado o projecto de revisão do regulamento de taxas e tarifas, que abrange todas as áreas de intervenção do município, incluindo estes equipamentos. O documento terá que ser apresentado ao executivo, seguindo-se o período de discussão pública e, só depois da aprovação, em Câmara e Assembleia Municipal, será possível a abertura de procedimento, no âmbito da contratação pública para a instalação dos parquímetros.































