Caldas.JAZZ confirma apetência do público pelo género e chegou para ficar

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O fado juntou-se ao jazz no projeto de Júlio Resende tendo sido um dos concertos mais concorridos

Terminou o Caldas.JAZZ, que teve cerca de duas mil pessoas a assistir aos seus eventos. A vereadora da Cultura assegurou continuidade da iniciativa.

O Caldas.JAZZ terminou no passado sábado, 5 de novembro, tendo atraído ao longo de três fins de semana, cerca de duas mil pessoas que assistiram aos concertos e à conferência de Rui Tato Marinho, onde este partilhou como é que a saúde e este género musical também podem encontrar pontos de confluência.
Conceição Henriques, vereadora da Cultura da Câmara das Caldas, mostrou-se satisfeita com o Caldas.JAZZ, cujo programa foi preparado pela equipa do CCC. Na opinião da autarca, o festival “foi muito positivo e contou com muito público, os habituais e outros que não costumava ver nestes eventos”. Para a vereadora, o Caldas. JAZZ tem a sua continuidade “asseguradíssima” mas gostaria que fosse aprofundada a relação com outros espaços da cidade.
Uma vez que as Caldas já tem tradição no jazz e o interesse do público até cresceu nesta última edição, “os eventos têm de sair do CCC e voltar à cidade, como aconteceu no passado”. Poderá ainda passar a ter eventos “que acontecem ao longo do ano e não apenas no Outono”, acrescentou.
Ao todo, foram duas mil pessoas que assistiram às iniciativas deste Caldas. JAZZ. Conceição Henriques fez ainda questão de referir que a escolha do Real Combo Lisbonense, que suscitou algumas críticas – por não ser um grupo de jazz tout court -, pois o grupo dedica-se também a outras sonoridades, foi propositada. A vereadora acrescentou que se pretendeu um começo de festival “exuberante, de boa disposição e de alegria”.

Jazz aliou-se ao fado e ao samba
Na sexta-feira, 4 de novembro, o grande auditório do CCC contou com 380 pessoas, interessadas em ouvir como se conjuga o jazz com o fado. O pianista Júlio Resende e o seu Ensemble mostraram como a conjugação pode ser feliz e este acabou por ser um dos mais concorridos concertos do Caldas.JAZZ. Os músicos -liderados por Júlio Resende (piano) – Bruno Chaveiro (guitarra portuguesa), André Rosinha (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) mostraram talento, apresentando improvisações e variações, que foram muito aplaudidas pelo público local. No regresso ao palco, Júlio Resende tocou o tema “Medo” sob a gravação da voz da diva Amália, numa interpretação que “arrepiou” os que assistiram ao momento musical.
Na noite do passado sábado, Jacinta estreou-se no palco do CCC ao lado da pianista Michele Ribeiro para, juntamente com vários convidados, entoarem um “Samba a Dois”. Foi um concerto de antevisão ao que será o próximo disco de uma cantora de renome internacional, mas que denotou grande humildade, tendo agradecido à equipa técnica do CCC pelo acolhimento. “Fomos recebidos como se estivéssemos no CCB ou no Carnegie Hall, uma conhecida sala de espetáculos em Nova Iorque”, disse.
O espetáculo foi tão interessante que a transição para o encore nem chegou a acontecer… “Nós nem saímos do palco, queremos é cantar”, afirmou Jacinta, que se estreou no Oeste no Festival de Jazz do Valado, em 2003.
Depois de Jacinta, o Café Concerto do CCC acolheu o Mateus Saldanha Trio. O público gostou e aplaudiu este grupo de jovens, liderado pelo guitarrista, de 20 anos, que venceu o 4º International Jarek Smietana Jazz Guitar Competition. O espaço esteve a abarrotar de gente e até esgotou o stock de bebidas do café-concerto…

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