Parceria entre a autarquia e a associação Viagem de Volta permite a criação de uma casa de transição que irá receber já dois homens sem abrigo que, durante um ano, vão construir um plano de vida
“Casa da Rainha” é como se denomina o novo projeto-piloto de uma casa de transição para pessoas sem-abrigo nas Caldas.
Esta é uma iniciativa que resulta de uma parceria entre a Câmara das Caldas e a associação Viagem de Volta, que tem instalações no Bombarral. A casa foi inaugurada no dia 29 de maio.
Os primeiros inquilinos começam a chegar na próxima semana. Serão dois homens, entre os 50 e os 65 anos, que terão um ano de alojamento e acompanhamento técnico para construir um plano de vida que lhes permita recuperar a autonomia financeira.
A Casa da Rainha localiza-se num bairro de habitação social e pertence à autarquia, tendo sido utilizada para fins sociais. É composta por dois quartos individuais, uma sala, uma cozinha e uma casa de banho, além de uma pequena biblioteca. Nesta primeira fase, a autarquia disponibilizou também os bens de primeira necessidade. Uma das condições para a admissão na casa de transição é que os utentes sejam naturais ou residentes no concelho há, pelo menos, três anos. Depois têm que se sujeitar às regras da mesma.
O presidente da associação Viagem de Volta, Vítor David, fez notar que a recuperação destas pessoas também depende muito da própria sociedade.
Associação tem outro projeto, intitulado de Housing First, que foi candidatado a fundos comunitários
A vereadora com o pelouro da Ação Social, Maria da Conceição Pereira, afirmou que esta questão tem merecido a atenção da autarquia e que quinzenalmente são feitas rondas pelos serviços sociais camarários, com o apoio das forças de segurança e de instituições como a associação Viagem de Volta para identificar, dialogar e tentar encaminhar as pessoas. No último levantamento, na semana passada, foram identificadas 22 pessoas sem-abrigo. São na maioria homens, com problemas ligados aos consumos (de álcool e/ou estupefacientes) e problemas do foro mental. A autarca deixou em aberto a possibilidade de replicar esta iniciativa.
O presidente da União de Freguesias de Caldas – Santo Onofre e Serra do Bouro, Jorge Varela, disse que “enquanto uma pessoa da comunidade viver numa situação não condigna, esse é um peso que todos devemos carregar”.
Já o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, chamou a atenção para a delegação de competências nesta área. “Avizinham-se novos patamares de exigência”, referiu.
O protocolo com a associação prevê, ainda, uma comparticipação da Câmara de 900 euros mensais para ajudar nos custos de acompanhamento.
A associação tem outro projeto, intitulado de Housing First, que prevê uma habitação individual e o acompanhamento de seis indivíduos. Trata-se de um projeto que tem um custo a rondar os cem mil euros e que foi candidatado a fundos comunitáros.






























