Caldas é uma cidade dos afectos

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afectosCaldas da Rainha aderiu ao Movimento Cidade dos Afectos, um projecto inicialmente assente nas escolas, mas que agora pretende mobilizar também toda a comunidade através de actividades que apliquem a componente afectiva para promover o bem-estar e os estilos de vida saudáveis.
Esta autarquia está a trabalhar em parceria com a do Barreiro, mas Tinta Ferreira convidou também outras comunidades a juntarem-se permitindo assim que o “vírus do afecto” se alastre pelo país.

No próximo dia 11 de Fevereiro comemora-se o Dia dos Afectos. Nas Caldas a efeméride será assinalada com a Hora do Abraço, às 11h00, nas escolas e instituições e, à noite, com a Corrida dos Afectos, pelas ruas da cidade. Para dia 14, pelas 11h00, está previsto o Abraço na Cidade, a decorrer na Rua Miguel Bombarda.
Todas estas iniciativas estão integradas na Semana dos Afectos, que decorre entre 9 e 15 de Fevereiro. Este ano também o desfile de Carnaval tem por tema os Afectos e, ainda integrado na iniciativa, os professores e técnicos de saúde irão ter uma acção de formação intitulada “Smile Dance”. O primeiro programa das duas cidades termina em Maio, por altura das festas da cidade caldense.
A Câmara das Caldas aderiu ao movimento Dezembro do ano passado, no Barreiro, e a sua apresentação pública decorreu no passado dia 22 de Janeiro, com a participação de autarcas e representantes dos centros de saúde do Barreiro e das Caldas da Rainha, os dois municípios que agora trabalham este projecto em parceria.
Jorge Nunes, do ACES Oeste Norte, contou que o projecto nasceu nas escolas do Barreiro em 2009, resultado do trabalho dos professores e apoiado pela área da saúde pública daquela região. Está integrado no Programa Nacional de Saúde Escola e “são os professores e alunos a trabalhar esses assuntos, apoiados pelos profissionais de saúde”, explicou o responsável.
As geminações dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) Arco Ribeirinho e Oeste Norte têm três anos e durante este período têm sido desenvolvidos projectos nas áreas da educação sexual, alimentação e saúde mental e exercício físico. Tem também sido dada formação a professores nas áreas da Educação Sexual e dos afectos em geral.
Os projectos alargaram-se à comunidade, com a realização de exposições em diversos espaços, como aconteceu por exemplo no Vivaci das Caldas da Rainha. Com este envolvimento crescente das instituições, Jorge Nunes considera que devem ser as autarquias a coordenar o projecto, tendo-lhes feito o convite para, nas suas áreas de responsabilidade, contribuírem para ajudar a desenvolver os afectos nas respectivas cidades.
O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, destacou que subjacente aos afectos estão as áreas das relações sociais e a proximidade das pessoas que é importante enaltecer, também contribuindo assim para a sua saúde e bem-estar.
Também a vereadora da Câmara do Barreiro, Regina Janeiro, destacou que estas iniciativas têm como elemento central as pessoas e a importância de demonstrar afecto nos tempos que correm. “Para os mais velhos que voltem a lembrar-se dos afectos e para os mais novos que percebam que estes fazem o mundo avançar de forma saudável”, referiu.
A autarca referiu-se ainda um estudo recente que defendia que os abraços “aumentavam o nosso sistema imunitário”, destacando que isso vai de encontro aos seus desejos de cidades mais saudáveis, solidárias e menos desiguais.
Também presente na cerimónia, o  vice-presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, congratulou-se com a iniciativa. “Sou médico de família e qualquer coisa que seja apostar na saúde e na sua promoção diz-me muito”, salientou, acrescentado que um recente relatório da Gulbenkian sobre o futuro da saúde vai também nesse sentido: deixar de apostar na doença e nos cuidados hospitalares para pôr a tónica na saúde, pessoas e comunidades.
O responsável salientou ainda que as autarquias e os cuidados de saúde primários têm que trabalhar em conjunto se querem cidadãos e cidades saudáveis no futuro. “Muitas vezes os autarcas têm uma apetência especial por hospitais, mas, provavelmente, o futuro está nos cuidados de saúde primários”, disse, acrescentando que se houver uma boa resposta destes serviços as pessoas precisarão menos de hospitais.
Os jovens do Agrupamento de Escolas do Barreiro – Mendonça Furtado também marcaram presença e cantaram o hino dos afectos.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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