Caldas e Óbidos integram rede nacional de cidades criativas

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FotoSecEstado copyCaldas da Rainha e Óbidos integram, juntamente com mais 12 municípios, a Rede Nacional de Cidades Criativas, que tem por objectivo fomentar a cooperação entre os parceiros ao nível das boas práticas, com vista a proveitos económicos e sociais.
O plano estratégico da rede de cidades criativas foi apresentado em Óbidos, no passado dia 21 de Março, na presença do secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, que considera que a criatividade é essencial para o desenvolvimento e transformação dos territórios.
Fátima Ferreira
“Estarmos em rede é uma condição essencial para que possamos ter sucesso nas sociedades contemporâneas”. Esta a posição defendida pelo secretário de Estado, Nelson Souza, que considera que o facto de se estar ligado permite beneficiar de conhecimento e da experiência dos outros, assim como partilhar o que sabemos. O governante destacou que o mundo actual é muito competitivo e que é fundamental trabalhar de forma organizada, pelo que o projecto das cidades criativas tem todas as potencialidades para ser bem sucedido.
Liderada pelo município do Fundão, a rede integra Abrantes, Águeda, Aveiro, Caldas da Rainha, Castelo Branco, Évora, Guimarães, Montemor-o-Novo, Óbidos, Penela, Pombal, São João da Madeira e Tavira. No futuro, outros municípios poderão ainda aderir.
A rede começou a ser constituída em 2014 e resulta de uma candidatura no valor de 250 mil euros ao programa Capacitar. Entre as suas primeiras acções, está a definição de um plano estratégico para identificar os principais problemas, desafios e potencialidades de cada um dos municípios e a definição das áreas a desenvolver no âmbito de uma agenda virada para a criatividade e inovação.
O programa estratégico da rede de cidades criativas foi apresentado por Telmo Faria e Miguel Silvestre, da Carbono 21, uma empresa de consultoria estratégica e criativa. O ex-presidente da Câmara de Óbidos falou da “vontade única” dos municípios parceiros em construir um projecto comum, que considera uma ousadia e fuga ao conforto habitual das agendas já conhecidas. Questões como as da liderança, talento, inovação social, empreendedorismo e participação pública são algumas das abordadas nesta estratégia comum.
Projecto-piloto no Fundão
O plano para o Fundão, que funciona como projeto-piloto, estará pronto dentro de um mês. Depois, cada um dos 14 municípios vai aplicar a ferramenta adaptada ao seu território.
Num primeiro momento os municípios irão trabalhar em conjunto no estabelecimento de estratégias de comunicação, na inclusão dos planos municipais para a inovação nas suas agendas e na introdução da programação nas escolas.
O autarca explicou ainda que a rede foi agregando os municípios com boas práticas em várias áreas, desde os produtos locais, à cultura, educação, valorização do património e tecnologia. “Foram municípios que, tentando cobrir todo o território nacional, fomos convidando até considerarmos que tínhamos um número suficiente e uma abrangência do território que pudesse depois facilitar a disseminação”, disse à Gazeta das Caldas.
A escolha de Óbidos teve a ver com a sua componente de inovação na construção dos eventos e como estes criam valor, enquanto que as Caldas da Rainha foi convidada pela criatividade associada ao espaço urbano, muito provocada pela ESAD. Para além disso, este município marca a diferença pela forma “como se constrói o espaço urbano a partir da componente do comércio de proximidade”, acrescentou o autarca.
O presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, disse que o país vive bipolarizado por Lisboa e Porto. Por isso, face a essa concentração de talentos e recursos dos grandes centros urbanos, contrapõem um “laboratório de inovação urbana” com objectivos e metas a alcançar, e que permita criar um ambiente distinto do que tem vindo a construir cada concelho por si. “Precisamos de ter este laboratório de inovação urbana ao serviço da economia, mas temos que ser actores e ter um conjunto de ferramentas capazes de criar um ecossistema de fixação de talentos”, disse.
O autarca considera também fundamental uma relação estreita entre o governo e as autarquias locais nesta agenda e a existência de formas de cooperação no futuro. “Precisamos de articular as agendas dos autarcas com a do governo para não corrermos o risco de sermos mais uma rede sem resultados e sem eficácia”, concluiu.
O que é uma cidade criativa?
Cidade criativa é um lugar onde as pessoas se podem expressar e crescer, e onde o poder de decisão e planeamento são compartilhados entre os cidadãos.
Charles Landry, criador do conceito de Cidade Criativa
Cidades criativas são espaços urbanos onde a articulação eficiente entre actividades sociais e artísticas, industrias culturais e governo foi capaz de produzir uma efervescência cultural que desenvolve, atrai e retem talentos, promove diversidade social, aumenta a oferta de empregos, gera maior conhecimento entre cidadãos, aumenta o potencial criativo de empresas e instituições, atrai mais turistas e, assim, contribui significativamente para a economia da cidade e qualidade de vida de seus cidadãos.
Cidades criativas são municípios ou espaços urbanos que preconizam a integração entre actividades artísticas, culturais, sociais com o governo e a indústria.
As vantagens trazidas por essa integração são inúmeras: aumento da produção cultural e artística na cidade; atracção e retenção de talentos; promoção da diversidade social; aumento da oferta de empregos; aumento do potencial criativo das empresas; e atração de turistas. Dessa forma, contribui significativamente para a economia da cidade e qualidade de vida de seus cidadãos.
O processo ideal numa Cidade Criativa:
  1. As pessoas possuem conhecimento sobre as áreas em que actuam.
  2. Alguém tem uma ideia boa numa determinada área e cria um projecto.
  3. Normalmente, a maioria dos projectos precisa de investimento para se implantar ou para crescer. A pessoa consegue o investimento.
  4. Com o investimento recebido, o criador do projecto tem a possibilidade de o implantar e dessa forma gerar rendimentos. O crescimento do projecto gera novas oportunidades na região, e pode gerar novas ideias noutros profissionais criativos.
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