Caldas da Rainha perdeu posição a nível nacional no poder de compra per capita em 2009

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Caldas da Rainha
Caldas da Rainha desceu da 40ª para a 47ª posição nacional no índice do poder de compra per capita

O concelho das Caldas da Rainha tem tendencialmente reduzido poder de compra desde 2005 (passando do índice 103,55 para 98,73) perdendo a liderança do poder de compra no distrito de Leiria a favor de Leiria, que paulatinamente tem-se aproximado nos últimos anos da média nacional. Em contrapartida a Marinha Grande caiu da liderança distrital 10 pontos de 2007 para 2009.
Também na região Oeste Caldas foi ultrapassada no índice relativo do poder de compra, segundo os dados estatísticos publicados em 2011 referentes a 2009, pelo concelho de Alenquer (99,03) e vê aproximar-se rapidamente Torres Vedras (96,89) que quase a alcança.
Estes são alguns dos resultados do estudo bianual publicado recentemente e realizado pelo INE – Instituto Nacional de Estatística sobre o Poder de Compra Concelhio, com base em informação estatística reportada quase exclusivamente a 2009 em função da população residente.

Neste estudo, com base em 17 variáveis, são disponibilizados três indicadores:
– o indicador per capita do poder de compra, que pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente em todos os concelhos portugueses, tendo por referencia o valor nacional, a que nos referimos antes;– a percentagem de poder de compra que reflecte o peso do poder de compra de cada município ou região no total do país para o qual o seu somatório assume o valor de 100%;
– e o factor de dinamismo  relativo, que pretende reflectir o poder de compra, de manifestação geralmente sazonal, relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela actividade turística associada à dinâmica comercial que persiste para alem do indicador per capita.
Caldas da RainhaPor isso, neste último indicador do dinamismo relativo, Óbidos passou para a 7ª posição a nível nacional, só ultrapassada pelos concelhos algarvios mais dinâmicos em termos turísticos como Albufeira, Loulé, Vila do Bispo, Lagos, Lagoa, Castro Marim e Vila Real de Santo António.
Em termos do poder de compra per capita, o concelho das Caldas permanece perto da média nacional, percebendo-se uma perda progressiva desde 1993 (apesar de algumas inflexões), quando apresentava nessa altura dados 10% superiores à média nacional.
Gazeta das Caldas publica os dados do poder de compra dos concelhos da região Oeste e de alguns concelhos do distrito de Leiria, bem como os valores parciais das regiões desta área, como do Pinhal Litoral, Pinhal Interior Sul e Norte, permitindo antever as dificuldades por que iremos passar, apesar de estes números ainda não espelharem os desenvolvimentos mais recentes da crise.
Esses dados permitem ver que a região Oeste tem um poder de compra semelhante ao do Pinhal Litoral (com Leiria e Marinha Grande) e muito superior aos das restantes regiões do distrito, ou que confinam com ele, que apresentam resultados cerca de 25% inferiores.
Caldas da RainhaO concelho português com um indicador de poder de compra mais elevado continua a ser, naturalmente, Lisboa, em 2009, com 233, seguindo-se Oeiras com 185, o Porto com 179, depois Cascais com 151, Faro com 146, Coimbra com 145, Montijo com 137, Aveiro, com 135, Alcochete com 133, Porto Santo com 140 e Funchal com 133.
No país estão à frente das Caldas várias capitais de distrito, concelhos da Grande Lisboa e Grande Porto, e concelhos turísticos. Contudo, atrás das Caldas da Rainha encontram-se importantes concelhos como Santarém, Sintra, Vila Real, Figueira da Foz, Castelo Branco, Bragança, Torres Vedras, Viseu, Torres Novas, Guarda, Viana do Castelo, Guimarães, Abrantes, entre a grande maioria dos pequenos e médios concelhos do interior do país e das Regiões Autónomas.
Próximo do concelho das Caldas há alguns concelhos que continuam com indicadores de poder de compra razoavelmente baixos, mas que progrediram nos últimos anos, como o Cadaval com 66, continuando Óbidos em franca progressão, tendo passado para 77,54 (quando em 2000 estava em 49,7 e em 1995 em 38,46), Bombarral 75,35 (idên1993 depois de ter caído nos anos seguintes), Peniche (86,08) e Torres Vedras (96,89).
Alenquer, em contrapartida, tem subido regularmente tendo passado de 64,57 em 1993 para 90,69 em 2009. Arruda dos Vinhos, que tal como Alenquer beneficia da sua proximidade com Lisboa, subiu dos 70% em 1993 para quase 100 em 2009. Pode-se constatar que os concelhos da região Oeste apresentam valores actualmente mais homogéneos quase todos acima dos 75 pontos, com excepção do Cadaval.
Pior estão os concelhos do norte do distrito de Leiria (com excepção da capital do distrito), que têm valores junto a essa média nacional, quando os restantes estão bastante abaixo: Marinha Grande (91,56), Batalha (80,68), Pombal (73,43), Porto de Mós (68,72), Alvaiázere (58,47), Ansião (65,03), Castanheira de Pêra (59.91), Figueiró dos Vinhos (57,07) e Pedrógão Grande (60,31).

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O Oeste conta apenas 3% no poder de compra nacional

Caldas da RainhaNo referido estudo calculam-se também as contribuições de cada concelho no poder de compra do país tomado como valor 100. Este índice reflecte, não só a distribuição do poder de compra pelo país, mas também e concomitantemente, a distribuição da população.
Assim percebe-se que a Grande Lisboa contribuiu em 2007 com 27,76% para o poder de compra nacional, seguindo-se o Grande Porto com 13,9%, a Península de Setúbal com 7,93%, o Algarve com 4,096%, o Baixo Mondego com 3,25%, indo a Região Oeste mais abaixo com 3,048%.
Por concelhos, vem Lisboa à frente com 10,5%, seguido de Sintra com 3,99%, Porto com 3,54% e Vila Nova de Gaia com 2,996%. Caldas da Rainha aparece numa posição mais recuada, em 47º lugar a nível nacional, contribuindo com apenas 0,492%, ficando atrás de Leiria com 1,213%, Torres Vedras com 0,71% e Santarém com 0,602. Da região Oeste aparecem Alcobaça com 0,432%, Peniche com 0,232%, Lourinhã  com 0,191%, Nazaré com 0,118, Bombarral com 0,098% e Óbidos com 0,083%.
Segundo o estudo, “7% dos municípios (21) concentravam 50% do poder de compra nacional. Adicionalmente cerca de 20% dos municípios (63 onde está incluído as Caldas da Rainha) concentravam 75% do poder de compra.”

Concelhos turísticos com maior dinamismo relativo

No mesmo estudo é ainda apresentado o já referido  Factor de Dinamismo Relativo, que mede a tendência em termos sobretudo de dinâmica comercial dos concelhos.
Segundo os resultados da análise através deste índice, os concelhos melhor classificados são desta vez os situados nas zonas balneares e turísticas, nomeadamente no Algarve a na restante costa do país. Não será assim surpresa que na região os concelhos com maior dinamismo relativo sejam Óbidos (2,954 em 2009 e 2,527 em 2007) na 7º posição nacional, antes da Nazaré (baixou de 1,35 em 2003 para 0,917 em 2009), Lourinhã (0,128), Alcobaça (0,173) e Cadaval (0,005). Peniche subiu para 0,215 quando em 2004 estava em 0,51, e Caldas da Rainha apresenta -0,19 e Torres Vedras -0,179.
O concelho com um maior factor de dinamismo relativo continua a ser Albufeira com 9,95, seguido de Loulé com 6,094, Vila do Bispo com 5,733, Lagoa com 4,993, Lagoa com 4,298 e Castro Marim (3,158). Óbidos ultrapassou Portimão(2,732) e Vila Real de Santo António(2,839) e continuando à frente por Tavira(2,714), Grândola (2,64), Aljezur(2,565) e Porto Santo (1,701).
O conjunto dos concelhos da sub-região do Oeste apresentam um FDR  pela primeira vez positivo de 0,029, o que só acontece com o Algarve. Em 2007 este índice do Oeste era de -0,037.
Os restantes concelhos do Oeste apresentam índices negativos: Arruda dos Vinhos (-0,454), Bombarral (-0,083), Caldas da Rainha (-0,190), Sobral de Monte Agraço (-0,342), Torres Vedras (-0,179) e Alenquer (-0,432).
Neste índice são alguns dos concelhos com maior poder de compra que tem posições piores, nomeadamente Lisboa (-0.589), Amadora (-0,700), Oeiras (-1,699), Porto (-0,167), Matosinhos (-0,261) e Almada (-0,311).
Também no norte do distrito de Leiria os índices negativos se sucedem: Leiria (-0,273), Marinha Grande (-0,230), Pombal (-0,152).
O estudo também realça que existem alguns concelhos que apresentam simultaneamente valores elevados do índice de poder de compra e do factor de dinamismo relativo, o que mostra uma situação mais favorável em termos comparativos como Faro, Loulé, Portimão, Albufeira, Funchal e Porto Santo.

JLAS

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