
Numa altura em que, segundo a edição do Jornal de Notícias de 6 de Novembro, o Ministério da Saúde está a preparar um conjunto de medidas para promover Portugal enquanto destino de referência na área do turismo da saúde, com destaque para o termalismo, o Hospital Termal das Caldas da Rainha continua encerrado.
Segundo Carlos Sá, que continua em funções até que seja nomeada uma administração para o novo Centro Hospitalar do Oeste (CHO), as análises às águas termais continuam a detectar valores de organismos mesófilos superiores ao permitido.
A presença excessiva destas bactérias (que podem possibilitar a multiplicação de microorganismos patogénicos até valores que podem provocar doenças no homem) concentra-se mais junto ao furo de captação de água termal. As termas só serão reabertas quando se conseguir estabilizar o número de mesófilos dentro dos parâmetros aceitáveis.
Os tratamentos no Hospital Termal foram suspensos a 29 de Junho, alegadamente devido a uma avaria num equipamento, tendo continuado encerrado porque uma semana depois foi detectada a presença de legionella nas análises de rotina.
Carlos Sá garante que querem “reabrir o Hospital Termal o mais depressa possível”, mas na sequência de mais uma contaminação pela legionella (a segunda este ano) quiseram averiguar as suas causas, tendo-se “detectado que elas poderiam ter a ver com um problema que existe no furo e que estamos a resolver”.
Para além disso, estão a ser feitas obras para que se possa utilizar mais um furo de captação de água termal.
Só que Carlos Sá alerta para o facto de continuarem a existir outros problemas que devem ser resolvidos, nomeadamente a substituição de parte da tubagem, a criação de um segundo sistema de água termal no interior do hospital e a recuperação de zonas do edifício. “Esses problemas podem estar na origem de contaminações e irão manter-se porque o Centro Hospitalar não tem capacidade financeira, neste momento, para fazer essa recuperação”, disse.
Questionado pela Gazeta das Caldas sobre as orientações que tem do Ministério da Saúde em relação ao Hospital Termal, Carlos Sá referiu que “como é público, o Hospital Termal não é necessariamente o objectivo prioritário do Ministério da Saúde”.
No entanto, o Jornal de Notícias adianta que o governo tenciona cativar estrangeiros para o fornecimento de cuidados de saúde durante os períodos de férias passados em Portugal, recorrendo a acordos com seguradoras destinados “sobretudo a incentivar o termalismo e iniciativas que conjuguem saúde e bem-estar”.
O anúncio foi feito por Carlos Martins, representante do Ministério da Saúde, antes da apresentação do estudo sobre a internacionalização dos produtos de saúde (medicamentos e meios diagnóstico), que é considerado um dos mercados prósperos, imune à crise (em 2011, facturou mais de 910 milhões de euros, em Portugal).
Na próxima quinta-feira, 15 de Novembro, vai ter lugar, na sede da Sociedade de Geografia de Lisboa, uma conferência sobre as termas das Caldas da Rainha, em que um dos temas será “Termalismo – um potencial de geração de riqueza para o país”.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt































