Caldas celebrou 98 anos de elevação a cidade em “modo popular”

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O grupo caldense Salt West animou a tarde no Largo

O Largo Frederico Pinto Bastos, no Bairro das Morenas, foi o local escolhido para a cerimónia deste ano

Foi ao som dos Salt West que se assinalou, ao final da tarde desta terça-feira (26 de agosto), o 98º aniversário da elevação das Caldas da Rainha a cidade. A banda caldense formada por Guilherme Sedas e Pedro Rosa interpretou versões acústicas de vários artistas nacionais, bem como a música “Em contramão”, escrita por Guilherme Sedas e que “fala de momentos passados com alguém nas Caldas”, também numa homenagem à cidade.

Num “tempo que não é de discursos pois estamos quase em campanha eleitoral”, como lembrou, o presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, usou da palavra para justificar a escolha do espaço público para o evento. “Somos todos caldenses, a festa é do povo, a festa é um aniversário em modo popular”, disse, agradecendo a presença de todos quantos se juntaram no largo.

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Também presente na cerimónia, o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, lembrou que esta era uma data que, normalmente, não era festejada, seja por ser em agosto, altura em que acontecem muitas atividades por todo o concelho, seja pelo facto de ser o 15 de Maio a grande data das festas da cidade. No entanto, há 10 anos, as juntas de freguesia da cidade propuseram, com a Câmara de então, que “se passasse, também, a fazer um apontamento da data”, e em que num ano fosse na freguesia de Nossa Senhoa do Pópulo e, no ano seguinte, em Santo Onofre. “E assim, essa tradição tem-se mantido, temos feito apontamentos, que é o que estamos aqui a fazer hoje”, lembrou Vítor Marques, lembrando que dentro de dois anos será celebrado o centenário da elevação a cidade e que a data tem de ser celebrada com “pompa e circunstância”. Referindo-se às Caldas, o autarca caraterizou-a como uma cidade “muito importante, que tem feito um percurso brilhante”.

Vítor Marques deixou ainda uma palavra aos músicos, destacando o seu trabalho numa “cidade criativa, de grandes e bons artistas”.

Recorde-se que Caldas da Rainha foi elevada a cidade em 1927, coroando a pujança que se vivia na então vila termal e que já se sentia no século XIX.

A Gazeta das Caldas tinha sido fundada a 1 de outubro de 1925 e na edição de 28 de agosto de 1927 escrevia-se nas páginas do jornal que a notícia da elevação das Caldas a cidade, foi recebida com manifestações de “regozijo” e o lançamento de foguetes e morteiros.

A primeira página destacava “A condenação do passado” e o “Elogio do Futuro”, num texto em que Caldas da Rainha é descrita como uma terra de abundância, “opulenta em sua vida económica, linda com fracos adornos dos homens e a exuberancia da sua vegetação luxuriante e do seu clima de previlegio”.

O autor, Leopoldo Nunes, questiona ainda: “a que outra vila, que não a Caldas da Rainha, melhor cabia o título de cidade?! Pois não é ela, de facto, a mais encantadora terra da Extremadura?”

Na semana seguinte, o jornal destacava a homenagem “muito brilhante” prestada à Comissão Executiva da V Exposição, que decorreu entre 21 e 28 de agosto de 1927.

Cerimónia com discursos curtos por ser ano de eleições
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