Iniciativa foi retomada em 2024, após cinco anos de interregno. Um dos dinamizadores pretende dar a conhecer a história dos encontros
No passado sábado cerca de 25 pessoas reuniram-se nas Caldas para o 60º almoço dos viajantes e agentes comerciais. Esta é uma iniciativa que remonta a 1961 e que chegou a juntar cerca de 120 participantes.
O encontro, que não se realizou durante cinco anos, entre 2019 e 2024, foi retomado no último ano por iniciativa de Mário Araújo e Nelson Farinha.
António Próspero Parissi é o resistente que vem desde o primeiro ano e é ele quem guarda também um espólio único do que têm sido estas mais de seis décadas de encontros.
Fotografias, recortes de jornais sobre os encontros, mas também os próprios jornais que eram feitos por João Brochado para os almoços e as lembranças que eram distribuídas pelos participantes fazem parte do património que este nonagenário, que começou a sua vida de vendedor na Drogaria Beleza e que mais tarde viria a abrir o seu armazém, tem guardado relativo a estes encontros. No segundo almoço oficial (dado que antes de 1961 já havia tertúlias em locais como o Hotel Rosa, os Capristanos, a Pensão Cristina, o Café Central ou o Lusitano) participaram 120 vendedores.
“Com 92 anos estive uma semana inteira a organizar tudo o que tenho sobre estes almoços”, conta António Próspero Parissi à Gazeta das Caldas, convidando os interessados em conhecer mais desta história a dirigirem-se a essa sua sala, no rés-do-chão do número 3 da Travessa da Esperança, nas manhãs de quinta-feira. “Tenho lá tudo, desde o primeiro almoço”, realça, notando que pretende que aquele seja um pequeno espaço museológico.
Quem também faz parte da organização destes almoços é Carlos Silva, que durante mais de 30 anos trabalhou numa firma que se dedicava ao comércio de vinhos, e que explicou à Gazeta das Caldas que a importância desta iniciativa é “a confraternização de longa data, sendo este o 60º almoço é de manter” e tentar que cada vez mais vendedores participem. “A maioria são das Caldas e da região Oeste”, esclareceu Carlos Silva.
O grupo, como é tradição, encontrou-se na Praça 25 de Abril, e depois fez uma homenagem aos colegas já falecidos no monumento ao vendedor, na entrada Norte da cidade, que é da autoria de João Brochado e que simboliza o aperto de mão que fecha o negócio entre comprador e vendedeor. Depois o grupo seguiu para um almoço convívio no restaurante O Cortiço.
“Este é um evento que tem graça, muita gente já não sabe o que eram os caixeiros viajantes, que antigamente colocavam as malas no carro à segunda-feira e só regressavam à sexta”, recorda, notando as muitas mudanças que ocorreram na sociedade nas últimas décadas, também com a evolução da tecnologia e com os impactos que essa evolução acabou por ter nesta área em particular.































