O geoturismo, centrado em características geográficas específicas, e o ecoturismo, mais dirigido para a preservação da natureza, podem ser vias para contribuir para a sustentabilidade dos territórios.
A ideia foi defendida por Filipe Duarte Santos, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, durante um colóquio sobre “Segurança e Protecção Ambiental”, que decorreu a 16 de Julho no auditório municipal do Cadaval.
De acordo com o docente, o turismo é uma fonte de receitas importante para o país e que, por isso, importa desenvolver e aumentar em termos de qualidade de oferta.
Defende, no entanto, a prática de um turismo sustentável, assegurando “um impacto reduzido sobre o ambiente e a cultura, e contribuindo para o emprego a nível local”.
Isto porque, no plano ambiental, “estamos a utilizar mais recursos do que aqueles que o planeta tem capacidade de regenerar”.
No que toca aos impactos climáticos no turismo, Filipe Santos revela que “haverá um deslocamento do fluxo turístico do verão para a primavera, e é preciso que o sector turístico se adapte a este tipo de situação”.
Também neste colóquio Henrique Brandão, da Cruz Vermelha Portuguesa, fez uma intervenção sobre “ameaças de origem natural e antropológica; vulnerabilidades”, no qual alertou para a necessidade das pessoas e entidades estarem preparadas para enfrentar o inesperado.
“Os desastres naturais e técnicos têm vindo sucessivamente a aumentar, assim como o número de pessoas afectadas”, salientou.
Para cada ameaça há formas específicas de reagir, seja através de acções de mitigação seja através de acções de adaptação, mas para tal é essencial conhecer os factores determinantes de vulnerabilidades.
Pedro Ribeiro e Silva, administrador da Mapfre Seguros falou sobre uma directiva comunitária de 2004 que instituiu o “principio do poluidor-pagador”, que obriga a quem causa um dano ambiental ter de tomar medidas preventivas, medidas de reparação ou, no limite, medidas compensatórias para tornar menos gravoso o dano ambiental que causou.
Nesse sentido, e com base na interpretação da legislação portuguesa, existem dois tipos de garantias financeiras obrigatórias, que são, por um lado, as apólices de seguro e, por outro, as garantias bancárias.
Mas o grande problema, segundo Ribeiro e Silva, é que “em Portugal não existe uma cartografia do risco ambiental”, quando o fundamental é avaliar o risco.
O último painel foi dedicado aos “custos das diferentes catástrofes e capacidade de resiliência”, no qual interveio António Manuel Horta Salvo, presidente da “Bull Insurance”, uma empresa que se dedica à gestão de riscos e distribuição de seguros.
Horta Salvo começou por elencar, estatisticamente, os grandes sinistros mundiais, nomeadamente catástrofes naturais e provocadas pelo homem, no que toca à quantidade de mortos e valores de indemnizações.
O empresário salientou que gestores, empresas e organizações deverão adoptar uma atitude de prevenção, sendo a análise de risco muito importante. “Um gestor que não faça uma análise de risco à sua actividade não sabe o que tem, podendo originar perda de lucros, perda de produtividade, mais acidentes de trabalho, perda de reputação e de imagem, sujeição a multas e sanções, clientes e colaboradores insatisfeitos”, afirmou.
Ao gestor de seguros caberá o dever de elaborar um relatório de análise de risco, propor um plano de seguros adequado à organização, fornecer regularmente índices de sinistralidade e verificar as causas dos acidentes propondo medidas de correcção.
Alertar a população e as empresas para a necessidade de prevenção de riscos foi o objectivo da Câmara Municipal do Cadaval ao promover, em parceria com a empresa “Bull Insurance”, esta sessão de reflexão.































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