São já muitos milhares os visitantes que afluem regularmente ao Jardim do Oriente, na Quinta dos Loridos (Bombarral), mas não há estimativas do número de entradas porque estas são gratuitas e não há lugar à emissão de bilhetes.
Aos visitantes é-lhes dado um folheto sobre o Buddaheden onde, num texto com vários erros de português (traduzido também em inglês), é feita a apresentação daquele espaço, acompanhado de várias fotografias.
Telmo Santos, coordenador do jardim, disse à Gazeta das Caldas que chegam a ter milhares de pessoas num só dia, sobretudo no Verão e aos fins-de-semana. “Às vezes telefonam-nos e fazem reservas de três, quatro ou cinco excursões, mas depois aparecem 14”, conta, acrescentando que chegam a ter dezenas de autocarros parados junto à quinta.
“O senhor Berardo é uma pessoa muito generosa e quer que as pessoas possam usufruir à vontade”, conta Telmo Santos, que já mais de uma vez sugeriu ao seu patrão que cobrasse uma quantia, mesmo que simbólica, para as despesas. “Só em produtos de limpeza para as casas de banho nós gastamos imenso dinheiro, mas ele não quer que as pessoas paguem entrada”, diz, sublinhando a generosidade de Joe Berardo, que mesmo confrontado com fotografias onde aparecem pessoas a estragar as estátuas – tem havido actos de vandalismo -, prefere sempre nunca apresentar queixa às autoridades.
As únicas receitas deste projecto serão as da garrafeira que está estrategicamente colocada à saída do jardim. O estabelecimento tem a forma de corredor e os milhares de pessoas que visitam o Buddaheden têm necessariamente de o atravessar para poderem sair.
Se aos fins de semana há autênticas enchentes, mesmo num dia útil – desde que faça bom tempo – há centenas de pessoas a visitar o Jardim Oriental. Os comentários são os mais variados, mas denotam quase sempre estupefacção e desconcerto por um espaço tão grande e tão bem arranjado repleto de estátuas orientais, algumas delas com 18 metros de altura e pesando dezenas de toneladas.
Gazeta das Caldas observou algumas famílias a fazerem pic-nics, embora isso seja proibido. “Eu tenho dito a algumas pessoas que há um parque de merendas perto, no Senhor Jesus do Carvalhal, mas também quando as vejo sentadas, com a toalha estendida e a comer, não sou pessoa para as mandar embora”, conta.
“A ideia na cabeça do senhor Berardo é que este seja um projecto que nunca termine”, explica Telmo Santos. O próximo passo vai ser o alargamento do jardim em mais quatro hectares, para uma área onde estava plantada vinha que agora foi arrancada.
“Era uma vinha com castas que não interessavam à produção da quinta”, diz o coordenador. O novo espaço vai ser ajardinado e contemplará mais umas estátuas. “O senhor comendador [Berardo] quer que as pessoas venham cá uma vez e possam voltar passados três meses e vejam alguma coisa de diferente”, refere.
Na edição da Gazeta das Caldas de 1/09/2006, numa altura em que a construção deste jardim ainda estava no início, Joe Berardo dizia ao nosso jornal que este espaço “é um local onde as pessoas podem ir para meditar e reflectir sobre si próprias sem qualquer responsabilidade religiosa”. Dizia ainda que o projecto era “uma homenagem aos budas que foram bombardeados [pelos taliban no Afeganistão] e será o maior jardim do Oriente na Europa”.
Gazeta das Caldas questionou a Câmara do Bombarral sobre o impacto deste jardim nas visitas turísticas aquele concelho e sobre se existia algum projecto nos serviços do município acerca da expansão da Quinta dos Loridos, mas, um mês depois, e após várias tentativas, não obteve resposta.































