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As boxes que estavam a ser montadas no Parque D. Carlos I para acolher a Festa do Cavalo Lusitano, foram vandalizadas durante a madrugada de 7 de Maio. Quando teve conhecimento do ocorrido, a Câmara das Caldas pediu à PSP o reforço da vigilância naquele espaço e, deste então, não se registaram mais prejuízos.
Quando os trabalhadores se dirigiram ao parque na manhã de quarta-feira, depararam-se com meia dúzia de boxes vandalizadas e vários carimbos na madeira com a inscrição “animal libertation”. A autarquia caldense participou a ocorrência à PSP e pediu o reforço da vigilância no local onde estão a ser montadas as estruturas para acolher o III Festival do Cavalo Lusitano, que ali decorre entre os dias 16 e 18 de Maio.
De acordo com o vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira, foram “espalhados pela cidade uma série de cartazes incitando à violência”, referindo-se a panfletos anónimos colados em locais como o Largo Dr. José Barbosa, Rua Miguel Bombarda ou Rua Heróis da Grande Guerra. Neles é dito que não querem o Festival do Cavalo Lusitano do Oeste no parque e questionam as pessoas se apoiam o regresso das corridas de toiros às Caldas e “pela destruição do parque”.
Hugo Oliveira considera que todos têm direito a demonstrar a sua opinião e que muitos já o fizeram, na Câmara e conversando com o executivo, “de uma forma democrática e clara”. Preocupa-o, contudo, esta forma de mostrar o desagrado com a iniciativa que, reconhece, pode ter um “efeito espiral e originar uma violência que não se pretende num evento que trará muita gente às Caldas e que contribuirá para o seu desenvolvimento económico”.
O autarca fez ainda notar que é legítimo a qualquer um defender as suas ideias, mas que quando pratica qualquer acção ilegal na realização desse objectivo, “perde qualquer tipo de razão que possa ter”.
O vereador Jorge Sobral, que é também vice-presidente da Associação de Criadores de Cavalo Lusitano, mostrou-se preocupado com estas manifestações de violência, tendo em conta que este é o terceiro certame que se realiza do Parque e que os anteriores tiveram bastante aceitação.
“Este vai ser um festival que vai pôr as Caldas num galerim dos acontecimentos nacionais de grande importância”, frisou o autarca, acrescentando que a associação sem fins lucrativos a que pertence está a realizar um grande trabalho na região em prol do cavalo lusitano.
Jorge Sobral lembra a tradição das Caldas aos cavalos e touros e diz que estão empenhados em recuperar esses eventos de que “as pessoas têm saudades”.
O autarca lembrou que, com estes actos de vandalismo, estão a destruir o erário público, pois as boxes são da Câmara, e apelou ao bom senso, de modo a que se evitem mais incidentes.
“Mais do que o prejuízo do ponto de vista económico é o prejuízo que se dá ao calor desta iniciativa e até do ponto de vista moral”, revelou Jorge Sobral, acrescentando que existe uma envolvência da vida do concelho que está a “ser molestada por atitudes como esta”.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
