Começou hoje, 22 de Julho, a ser vendido ao público a resposta do Zé Povinho, em forma de manguito, à Moody’s, a agência de notação financeira que recentemente baixou o “rating” da dívida portuguesa para o nível mais baixo de sempre.
O “Toma, Moody’s” é a mais recente criação das Faianças Bordallo Pinheiro, numa reinterpretação para a actualidade da famosa personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro em 1875.
O Zé Povinho faz desta vez um manguito à decisão da Moody’s, tendo em conta a sua tradição como “elemento simbólico dos sacrifícios e injustiças impostos ao povo português”, refere um comunicado de imprensa da empresa.
“A peça pretende servir de bandeira daquilo que vai na alma de todos os portugueses e de grande parte dos cidadãos do mundo ocidental, cansados de serem vítimas de decisões destas agências, que não conseguem descodificar”, adiantam os responsáveis das Faianças.
Estas peças de cerâmica vão ser comercializados nas lojas Vista Alegre Atlantis através de dois modelos: um de dimensões médias e outro maior, em cima de uma barrica, por 33 e 64 euros, respectivamente. “Um preço bastante mais baixo do habitual”, refere o comunicado.
As peças, para além de terem como novidade a inscrição “Moody’s” em vez do tradicional “Toma”, vão ser comercializadas dentro de uma caixa própria que tem no seu interior um postal endereçado à agência americana “onde cada um poderá escrever a sua opinião e enviar para a sede”.
Segundo o comunicado, “o objectivo é que o povo português se faça ouvir e que deixe bem claro a sua posição”, mas poderá guardar a peça que poderá vir a tornar-se objecto de colecção. Para já está prevista uma edição de 500 exemplares de cada tamanho.
Segundo as Faianças Bordallo Pinheiro, o novo Toma suscita o interesse até de cidadãos da Grécia, Irlanda e Itália “pois existe um interesse crescente por simbologias de protesto com história, como é o caso desta”.
A primeira aparição do Zé Povinho foi a 12 de Junho de 1875 na revista A Lanterna Mágica. Nascido do lápis de Rafael Bordalo Pinheiro, surgiria mais tarde representado em barro das mais variadas formas, mas seria através do seu manguito que a sua imagem mais perduraria na memória dos portugueses.






























