
Num congresso extraordinário, que teve lugar no CCC das Caldas da Rainha a 21 de Julho, a Liga dos Bombeiros Portugueses decidiu novas formas de luta que poderão passar pela paralisação do transporte de doentes não urgentes a 5, 6 e 7 de Setembro, se o Governo não alterar as novas regras do serviço. A excepção serão os doentes de hemodiálise, cancro e outras doenças agudas.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, exige o reconhecimento de que o transporte de doentes não urgentes constitui um suporte da estrutura de socorro confiado aos bombeiros.
As associações recusam a intenção do Ministério da Saúde em abrir concursos públicos para a atribuição de todos os serviços de transporte de doentes não urgentes.
Foi agendada para 18 de Agosto uma concentração de ambulâncias no Porto, Coimbra, Lisboa e Faro, que pretende “mostrar ao governo e ao país o investimento feito em ambulâncias (a pedido do Estado) para o transporte de doentes não urgentes, bem como expressar indignação pela forma como os bombeiros estão a ser tratados”.
Em causa está a nova lei, que introduziu regras diferentes para o transporte de doentes, os quais podem passar a viajar em viaturas ligeiras de nove lugares. Mas os bombeiros discordam, até porque investiram durante anos em formação e em ambulâncias de transporte de doentes.
Com a quebra previsível nas receitas oriundas desse serviço, Jaime Soares alertou que o socorro em Portugal está comprometido e que as associações de bombeiros podem, inclusive, ir à falência.Há cerca de um ano, nas comemorações do 116º aniversário Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, o presidente da instituição, Abílio Camacho, também alertou para a grave situação financeira destas entidades.
“O corpo de bombeiros das Caldas está a passar uma fase muito, muito difícil”, salientou no seu discurso.
Uma das principais fontes de receita da corporação era o transporte de doentes, “mas temos tido muito menos solicitações”, explicou. Isto depois de há dois anos terem adquirido mais duas viaturas e admitido mais funcionários para poderem corresponder a uma procura que afinal não se verificou.
Pedro Antunes
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