
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha apresentou à comunidade, no Dia da Cidade, dois veículos que adquiriu recentemente na Bélgica por 35 mil euros. Trata-se de uma auto-escada, que permite aos soldados da paz dar resposta a pedidos de ajuda até ao 11º andar, e de um veículo com uma plataforma elevatória, que ajudará a solucionar problemas até à altura de um quinto andar.
A Câmara das Caldas custeou a auto escada na sua totalidade (25 mil euros) e a associação vai agora pedir mais algum apoio à autarquia para o resto do investimento.
O empresário Ivo Silvestre, da Serralharia Santa Helena, reparou os veículos, que eram usadas, e ofereceu o trabalho, que foi avaliado pela associação em cerca de 20 mil euros.
“Esta auto-escada tem meia dúzia de horas de exercício e queremos que nas Caldas também não tenha muito trabalho”, disse António Marques, vice-presidente da direcção da associação humanitária, lembrando que o veículo anterior da associação, com 42 anos, já estava inoperacional.
A cerimónia ficou também marcada pelo juramento de bandeira de 17 jovens alunos da escola, que passam a integrar a corporação, e a tomada de posse de dois novos quadros do comando. O bombeiro Ricardo Soares passou a adjunto do comando e o adjunto de comando Nelson Cruz passou a segundo comandante.

Perante uma sala repleta de familiares e amigos dos soldados da paz, o presidente da Assembleia Geral da associação, Henrique Sales, destacou o “aumento” da família, com a integração dos novos elementos e destacou que a riqueza daquela casa “não está nos seus prédios, mas no seu pessoal”.
O comandante da corporação, José António, destacou a felicidade que é para aquela casa poderem contar na cerimónia com a presença do presidente da direcção, Abílio Camacho, que está em fase de recuperação de uma operação cirúrgica.
O responsável deixou ainda um alerta aos responsáveis do país para terem em atenção a forma como tratam os bombeiros pois estes são o garante do socorro, e deixou um apelo para que as estruturas nacionais não acabem com os voluntários em Portugal.
Também presente na cerimónia, o comandante distrital de Leiria, José Manuel Moura, destacou que o voluntariado não está em perigo, como ficou patente com o ingresso de mais 17 elementos na corporação, e mostrou-se satisfeito por ver estes jovens “terem coragem de abraçar esta actividade de risco”.
O antigo comandante da corporação caldense lembrou ainda que neste mesmo dia começou a fase Bravo (segunda época mais crítica no combate a incêndios) num ano de seca, pelo que vai precisar da ajuda de cada um dos soldados da paz.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, também fez questão de estar presente na cerimónia que se realiza no Dia da Cidade. O responsável partilha da opinião que o voluntariado em Portugal não está em crise, mas alertou que estão a viver “muitas injustiças” nas estruturas dos bombeiros voluntários.
Jaime Soares realçou ainda que os bombeiros querem contar com a Autoridade da Protecção Civil, sob pena de se puderem deparar com falta de resposta à sociedade por insuficiência financeira. “Podem não ter dinheiro para combustíveis, manutenção dos veículos e recursos humanos”, disse, acrescentando que os cortes estão a levar a um sufoco financeiro e falta de capacidade de resposta.
O responsável homenageou o presidente da Câmara com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Voluntários.
Como resposta, o edil deixou a garantia de que a autarquia está sempre pronta a ajudar bombeiros.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
Associação Humanitária perde dinheiro com o INEM
A Associação Humanitária encerrou as contas de 2011 com um saldo positivo de 12,6 mil euros, mas tem em mãos um problema com o INEM, que espera resolver em breve, estando prevista ainda durante o mês de Maio uma reunião com o presidente do serviço.
“O ano passado tivemos um prejuízo de 121 mil euros, entre o que recebemos do INEM e o que gastámos com o serviço”, disse o vice-presidente da associação, António Marques, acrescentando que não podem subsidiar o Estado num serviço que é dele.
Como o hospital está a menos de cinco quilómetros do quartel dos bombeiros, o INEM só lhes paga cinco euros por saída e mais um euro para acessórios. Com esta verba os bombeiros têm que pagar o gasóleo, recursos humanos e o desgaste dos carros. “Fazemos 450 serviços de INEM por mês”, explicou António Marques, acrescentando que se trata de um entendimento errado porque apesar de estarem próximos do hospital fazem deslocações quase diárias a vários quilómetros, dando como exemplo idas a A-dos-Francos.
“Quando esta direcção tomou posse já este contrato existia e tivemos que o honrar até hoje”, salientou.
F.F.
Distinções
Juramento de Bandeira
Ruben Soares, Viviana Ruivo, Cláudia Sousa, Hugo Morgado, Maria Beatriz Roque, Marino Isidoro, Luís Vicente, Maria João Henriques, Luís Valente, Clara Cabral, Tiago Baralha, Luís Patrício, Sandra Fernandes, Hélder Luís, Tiago Soares, Daniela Ribeiro e Andreia Silva
Bombeiros de 1ª
José Silva, João Fragoso, Luís Ventura, António Soares, Sabino Bonifácio
Bombeiros de 2ª
Ricardo Soares, Sérgio Pinheiro, Pedro Oliveira, Bruna Simões, Tiago Solteiro
Bombeiros de 3ª
Ricardo Marques, Pedro Pereira
Promoções a Bombeiro de 2ª
Ricardo Marques, Daniel Ventura, Hugo Almeida, Eusébio Carvalho, Ernesto Marques, Sónia Henriques e Carlos Tomé
Elementos do comando
Ricardo Soares – Adjunto de Comando
Nelson Cruz – 2º comandante






























