Bombeiros da Benedita estão em gestão corrente

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Presidente da direção dos Bombeiros da Benedita renunciou. Associação em gestão corrente. Eleições em novembro

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Benedita está, atualmente, sem direção e em gestão corrente.
O presidente da direção renunciou ao cargo, tal como o secretário da direção e o presidente do Conselho Fiscal.
À Gazeta das Caldas, o presidente demissionário, José Marques Serralheiro, explica que decidiu renunciar porque a direção lhe impede de cumprir as suas obrigações legais.
Para explicar, recua ao início, ao momento em que assumiu os destinos da associação, em 2021, após a célebre história da entrega dos capacetes. “Felizmente a situação correu muito bem, desenvolvemos vários projetos, até mais do que previsto. Nós tomamos posse a 10 de dezembro de 2021 e fizemos várias mudanças. Em termos de instalações, fizemos uma central solar fotovoltaica e carpark que nos está a dar neste momento uma poupança de mil euros por mês”, realça.
Só que “entretanto fizemos algumas transformações internas, o contabilista saiu, o segundo comandante saiu e o primeiro comandante pediu a demissão. É aí que começa o problema. Nos primeiros 18 meses eu vivi bem, até quatro de julho, quando se tratou da substituir o comandante, aí começaram os problemas, o que eu chamo do contra-poder, que se tem vindo a arrastar nos últimos três meses”, refere.
Recentemente havia sido comunicada a decisão de nomear Carlos Pacheco para comandante, devendo a entrada a funções dar-se em dezembro deste ano, sucedendo no cargo a António Paulo.
José Marques Serralheiro diz que “mesmo no sítio onde estou, onde tenho ordenado negativo, porque não ganho nada e ainda perco dinheiro, eu assumo uma atitude profissional e, como tal, sinto-me obrigado a respeitar os estatutos e todos os normativos e trâmites legais”. E concretiza: “na reunião de 16 de outubro, e já tinha havido uma reunião no dia 11, os meus colegas não quiseram assinar um despacho relacionado com um inquérito que é preciso fazer em relação a um determinado processo dentro da instituição e eu entendi que isso é juridicamente incorreto”, acrescentando que “podem-se recusar a aceitar uma deliberação em que eu peço uma compra de uma ambulância e que não concordam, é pacífico, são as leis da democracia e dos órgãos colegiais. O que eu não aceito é que não me deixem cumprir os trâmites legais”.
Polémico arranjo de viatura
O diferendo entre o presidente da direção e os restantes membros deu-se devido a um inquérito relativo a um diferencial entre o orçamentado e o aparecido no que concerne ao arranjo de uma viatura tipo jipe Nissan Navara. “Tinha um orçamento de 546 euros e, passado três meses, apareceu uma fatura de 5200 euros e eu disse que não tenho que pagar”, conta.
“O assunto foi entregue ao nosso advogado e está encaminhado, está em tribunal. Ora bem, se eu tenho uma situação destas, eu tenho que saber lá dentro quem, de facto, é que deu autorização para arranjar a viatura. Ninguém tinha a competência para o fazer, mas é importante saber quem o fez”, exclama.
O mesmo explica que “foi esse despacho que os presentes se recusaram a assinar e eu, a partir daí, pedi renúncia”. Dos cinco presentes, quatro recusaram-se a assinar. Entretanto, “o presidente do Conselho Fiscal foi solidário comigo e pediu a demissão, tal como o secretário da direção e caíram todos os órgãos sociais, à exceção da Assembleia Geral”.
Neste momento, a associação está “em standby, em gestão corrente” e “na quinta-feira passada já saiu o anúncio para as eleições que se vão realizar numa assembleia extraordinária eleitoral a 24 de novembro”.
José Marques assume-se como candidato, planeando até ao final do mês ter a sua lista fechada. “Apesar de estar demissionário, ainda hoje estive a enviar cartas para as empresas, quero ter o caminho sempre feito, seja para mim, ou para quem vier”.
Recorde-se que a direção encabeçada por José Marques Serralheiro era composta por Pedro Pereira (vice-presidente), Jorge Ferreira (secretário), João Silva (tesoureiro), Tiago Bernardo (vogal) e Jorge Henriques e Serafim Grilo (como 1º e 2º suplentes). O Conselho Fiscal é presidido por Fernando Rosa, contando com José dos Santos como secretário e Nuno Ferreira como relator.
A Assembleia Geral tem José Ramalho como presidente, Jorge Boita como vice-presidente, Maria Nestório como secretária e Reinaldo Agostinho e Manuel Figueiredo, como vogais. ■

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