
Mais de uma centena de recriadores evocou princípio do fim da primeira invasão francesa
A Praça do Município do Bombarral foi palco no último sábado da recriação da Batalha da Roliça, que juntou 120 recriadores fardados à época e provenientes de vários pontos do país, num evento que serviu para evocar a importância deste conflito que ocorreu a 17 de agosto de 1808. Promovido pela Associação de Recriação Histórica da Batalha da Roliça e pela Associação Napoleónica Portuguesa, com o apoio do Município do Bombarral, este evento esteve inicialmente agendado para o dia em que ocorreu o confronto que opôs tropas luso-inglesas contra o exército invasor francês. Todavia, em virtude do país estar nesse dia em alerta máximo de risco de incêndios florestais, devido à onda de calor que se fazia sentir, a edilidade resolveu adiar a sua realização para depois das eleições autárquicas. O programa de então contou na véspera com um mercado oitocentista e de um conjunto variado de atividades na sede da Associação de Melhoramentos, Desportiva, Recreativa e Cultural da Roliça.
Foram muitas centenas de pessoas que assistiram ao desenrolar da recriação por parte dos recriadores, onde os tiros de canhão e dos mosquetes e pistolas contribuíram para dar mais realismo à encenação dos combates. O programa começou de manhã, com a cerimónia de hastear das bandeiras no Largo do Município, seguindo-se, às 12h30, a cerimónia de homenagem aos mortos junto ao Monumento da Batalha da Roliça, erigido no final do século passado. Recorde-se que, na povoação vizinha da Columbeira, foi inaugurado na antiga escola primária o Núcleo Interpretativo da Batalha da Roliça, em novembro passado, que pode ser visitado a pedido.
A Batalha da Roliça marcou o primeiro combate terrestre entre britânicos e franceses da Guerra Peninsular (1807-1814) e, a par da Batalha do Vimeiro, ocorrida poucos dias depois, ambas contribuíram decisivamente para o fim da primeira invasão napoleónica em Portugal. Destaca-se nesta recriação a participação do Batalhão de Caçadores 6 da Associação de Recriação Histórica da Batalha da Roliça, formado em 2023, precisamente para preservar o património histórico-militar desta efeméride. Associaram-se à encenação os grupos de recriadores da Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro (Lourinhã), Associação 1.º Batalhão de Caçadores (Montargil), Associação de Cultura e Recreio 13 de Setembro de 1913 (Sobral de Monte Agraço), Grupo de Reconstituição Histórica de Condeixa e Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida (que recria anualmente o Cerco de Almeida, a maior recriação histórica napoleónica em Portugal, atraindo visitantes de todo o país e do estrangeiro).
O cenário montado defronte dos Paços do Município do Bombarral evocou a batalha ocorrida a cerca de 12 quilómetros, na zona do Vale do Roto e Columbeira. Para além dos soldados, entre os recriadores figuraram aldeões e também médicos e enfermeiras que prestavam apoio aos feridos que tombavam nos combates. Ao longo da recriação foi feita a narração dos factos mais importantes pela historiadora Ana Bento, responsável pelo Centro Interpretação da Batalha do Vimeiro e uma das especialistas deste período da História de Portugal.
































