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O arquipélago das Berlengas foi designado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Reserva Mundial da Biosfera. O anúncio oficial foi feito no passado dia 30 de Junho, em Dresden (Alemanha).
Este espaço foi alvo de uma candidatura em 2008, com o objectivo de fomentar o seu desenvolvimento sustentável e junta-se agora às quatro reservas já existentes no país – as ilhas do Corvo, Flores e Graciosa, nos Açores, e do Paul do Boquilobo, na bacia hidrográfica do Tejo.
“Desde o dia 30 de Junho que começou uma nova era para a Berlenga”, disse o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, orgulhoso com esta distinção.
O autarca disse que há um grupo de trabalho permanente, que vai ser regulamentado dentro de três meses, para que tudo aquilo com que se comprometeram na candidatura seja efectuado. “Ao termos entrado na elite das áreas protegidas nunca mais podemos descer de divisão”, adverte o autarca que, apesar da responsabilidade, vê esta designação como uma oportunidade.
“Vamos contar seguramente com o governo para que haja uma discriminação positiva, para que estas áreas protegidas possam ter meios para poder continuar a ser um cartão de visita à escala global”, prospectiva o autarca.
O governo anterior, através do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, estava a elaborar a definição de capacidade de carga humana existindo um documento que aponta para as 500 pessoas por dia. Mas para fazer este controle é necessário que haja um modelo de gestão e que a entidade que gere a reserva tenha meios (vigilantes e embarcações).
António José Correia refere ainda que tem que haver uma integração de intervenções entre a Autoridade Marítima, Instituto Portuário, Turismo de Portugal, Câmara e Reserva, no sentido de se criarem os meios para que esse controlo possa ser feito.
“Para um governo que incluiu o nome do mar num seu ministério, e que tem também o ambiente, essa intervenção integrada só pode concretizar-se”, destacou.
Até agora tem sido a autarquia a investir na Berlenga. Investiu 16.350 euros na submissão à UNESCO da candidatura da Berlenga a Reserva da Biosfera, cujo território abrange a área da actual Reserva Natural das Berlengas, a Península de Peniche e um corredor marítimo.
A candidatura teve a coordenação científica de Henrique Queiroga (Universidade de Aveiro) e esteve a cargo do Instituto de Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Peniche) do Instituto Politécnico de Leiria, do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade e da autarquia de Peniche.
