A comemorar o 49º aniversário, a associação aposta nos jovens como dadores quando, a nível nacional, a falta de sangue está a aumentar
O apelo de uma mãe que precisava, com urgência, de sangue para o tratamento da filha, em 1975, está na génese da Associação de Dadores Benévolos de Sangue das Caldas da Rainha (ADBSCR), formalmente criada em novembro de 1976. No passado dia 15, a associação assinalou o seu 49º aniversário com um almoço comemorativo, que contou com a presença da presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), Maria Antónia Escoval, que destacou a importância a sua importância, pela idade, pelo volume de dádivas e pela continuidade ao longo do tempo.
“Uma associação de dadores que regularmente continua a desempenhar o seu trabalho é de extrema relevância para salvar vidas, porque todos os dias faz falta sangue nos hospitais”, salientou a responsável.
A falta de sangue tem vindo a aumentar e os dadores são menos. De acordo com Maria Antónia Escoval, entre os motivos para este decréscimo estão o envelhecimento da população. “De acordo com dados que foram publicados ontem [14 de novembro], a nível mundial, somos a quarta população mais envelhecida. Isso tem que condicionar a dádiva de sangue, que se realiza dos 18 aos 65 anos, e 24% da nossa população tem mais do que 65 anos”, esclareceu.
Para além disso, atualmente há falta de dois grupos sanguíneos, do grupo A, e, fundamentalmente, do grupo O positivo, o que levou a responsável a deixar um apelo a todos quantos tenham sangue do tipo O positivo ou negativo, que possam dar sangue, “pois ele é necessário todos os dias nos hospitais”.
A Associação de Dadores Benévolos de Sangue das Caldas tem mantido uma média de mil dadores por ano. No entanto, e como lembra o presidente, José Augusto Alves, já bateram um recorde, de mais de 300 dadores numa só colheita de sangue. De acordo com este responsável, grande parte dos participantes nas colheitas são dadores regulares, mas também vão cativando os jovens, através de recolhas de sangue na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro e na Escola de Sargentos do Exército. Atualmente são mais as mulheres quem dá sangue, refere o também dador, dando conta que para o fazer basta ter mais de 18 anos (ou 17 sendo acompanhado pelo carregado de educação), mais de 50 quilos e ser saudável. Pode dar-se sangue até os 60 anos e, se já for dador, pode chegar até os 65 anos. José Augusto Alves realça ainda que a impossibilidade de dar sangue por fazer tatuagens ou ter piercings é um “mito”, podendo os interessados fazê-lo quatro meses depois.
Em dia de festa, a associação homenageou Antonieta Costa Faro, que atualmente é tesoureira e que já presidiu, por diversas vezes, à associação, e Carlos Cravide, que esteve na sua fundação.
A próxima colheita de sangue, e inscrição para dador de medula, irá decorrer no sábado, 22 de novembro, das 9h00 às 13h00 e as 15h00 às 19h00, na Expoeste.































