“O que está a acontecer nos pólos afecta todo o mundo”. Quem o diz é Patrícia Azinhaga, professora de Biologia e Geologia no Externato Cooperativo da Benedita, que acaba de integrar o Polar Educators International, um grupo de trabalho que visa promover a educação polar e a literacia científica, “promovendo um maior entusiasmo pela educação polar e aumentando a colaboração e troca de experiências entre diferentes países e culturas”.
O grupo nasceu em finais de Abril, no decorrer da IPY 2012, a terceira e última conferência dedicada ao Ano Polar Internacional 2005-2007, na qual a professora beneditense participou. A cidade canadiana de Montreal acolheu entre 20 e 27 de Abril a iniciativa que juntou mais de 2.500 pessoas – entre investigadores, professores, governantes e até artistas – a fim de debater as regiões polares e as alterações climáticas.
Patrícia Azinhaga integrou um grupo de seis portugueses que participou naquela que foi considerada “a maior conferência polar de sempre” e cujo mote era “Do Conhecimento à Acção”. Esta foi a segunda vez que a professora esteve nas conferências do Ano Polar internacional, depois de ter participado no encontro realizado em Junho de 2010 na Noruega.
O balanço de mais uma conferência é “extremamente positivo”, pois permitiu “aumentar contactos e consolidar a experiência” adquirida na primeira participação e que entretanto foi passada para os alunos, que começam a perceber que lá por Portugal não ser uma região polar, isso não quer dizer que não seja afectado pelo que está a acontecer nessas zonas. E o mesmo acontece com outros países, onde investigadores e educadores estão empenhados em promover a educação polar.
“O Inverno rigoroso que tivemos na Europa é resultado do que está a acontecer com o degelo das camadas mais antigas do Pólo Norte”, afiança a professora.“Temos que partir para a acção”, defende a professora. E é precisamente este o objectivo do Polar Educators International, que vai prolongar os conhecimentos e os contactos iniciados nas comemorações do Ano Polar Internacional. “Vamos manter uma networking, partilhar recursos, ideias”, diz a professora, que se vai dedicar sobretudo à dinamização da parte educativa dentro do grupo.
Idealizado por um oficial naval austro-húngaro, Karl Weyprecht, o Ano Polar Internacional foi comemorado pela primeira vez em 1882-1883. A segunda edição decorreu 50 anos depois, em 1932-1933, e só entre 2007-2009 voltou a ser assinalado. Patrícia Azinhaga acredita que não vai haver tanto tempo de intervalo até à próxima edição, até porque as alterações climáticas se estão a sentir mais rapidamente do que era previsto. “O ideal seria daqui a poucos anos realizarmos novos encontros e workshops”, defende.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt































