Bebidas, postais, esplanada e cultura num só projecto na Praça da Fruta

O Quiosque da Praça, da caldense Catarina Paramos, foi o projecto vencedor para explorar o novo quiosque que a Câmara irá colocar na Praça da Fruta, aquando da sua reabertura, agora prevista para inícios de Agosto.
A concurso foram oito projectos, com propostas apresentadas em carta fechada, essencialmente nas áreas da restauração e bebidas. De acordo com o vereador Hugo Oliveira, o júri, composto por três elementos, teve em atenção a originalidade, a utilização de produtos do mercado, a tipologia do mobiliário urbano e o horário de funcionamento. Teve ainda em conta teve como critérios a realização de actividades complementares ao negócio principal de hotelaria.
Baseado nas ideias de tradição, cultura e saúde e sabor, o projecto vencedor assenta na realização de sopas, sumos naturais, saladas e sandes, confeccionados com base dos produtos do mercado. “Todos os dias teremos uma alusão à banca em que comprámos os produtos para, por exemplo, a pessoa que bebeu um sumo que gostou poder saber onde foram compradas as frutas para o confeccionar”, disse Catarina Paramos à Gazeta das Caldas.
As refeições serão servidas em loiça da Bordalo Pinheiro, potenciando assim esta cerâmica e a ponte para os visitantes da praça também poderem ir à fábrica e loja. Na decoração do quiosque vão ser utilizados bordados das Caldas.
O projecto tem também associada uma programação cultural. A partir do momento em que acaba o mercado, a praça fica liberta e é nessa altura que Catarina Paramos pretende fazer workshops de comida saudável, conversas, tertúlias e apontamentos de música ao vivo. “Iremos tentar fazer parcerias com a Câmara, Juntas de Freguesia e escolas para dinamizar as actividades”, disse.
O Quiosque da Praça está também aliado ao projecto Olha-te, que desenvolve actividades para doentes oncológicos, revertendo uma parte do lucro para as actividades desta instituição de solidariedade social.
Catarina Paramos refere ainda que pretendem ir buscar alguns lotes de café à Mercearia Pena, que é uma casa centenária e emblemática das Caldas, e querem ter um expositor com postais ilustrados para divulgar a cidade.
Com este projecto, a jurista de 29 anos que ao ver-se numa situação de desemprego decidiu tornar-se empresária, quer criar uma nova centralidade naquela zona e contribuir para a revitalização do centro histórico. Irá beneficiar de apoios para a criação do próprio emprego na implementação do projecto e, depois, conta poder colocar mais trabalhadores que agora se encontrem em situação de desemprego.
Catarina Paramos acredita que o seu conceito de quiosque, uma mini estrutura urbana, poderá fazer a diferença ao reunir “muito da tradição e identidade das Caldas”.
Para a apresentação do projecto, a jovem contou com a colaboração do irmão, Francisco Paramos, que criou toda a parte artística e de design.
O Quiosque da Praça, com traça semelhante ao quiosque situado ao cimo do mercado, foi arrematado por 2501 euros e tem uma renda mensal de 150 euros.
O vereador Hugo Oliveira realçou que tiveram o cuidado de fazer uma hasta pública em carta fechada porque entenderam que teriam que dar valor a alguma criatividade, mas também que fosse algo que pudesse funcionar na praça. O autarca diz depositar “grande esperança” que este quiosque tenha um sucesso grande para a vivência da praça.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt