Carlos Cortes denuncia o desinvestimento do governo na saúde na região e reclama a construção de um novo hospital como forma de atrair novos profissionais e permitir a prática de uma “medicina moderna e de qualidade”
“O CHO é uma imagem do que está a acontecer no SNS, que é de “extrema preocupação”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, referindo-se à grande carência de recursos humanos nos três hospitais que o integram e ao desinvestimento, por parte do poder político, nesta zona do país, em termos de saúde. “Tem desinvestido nos recursos humanos, na atratividade deste centro hospitalar, o que faz com que a maior parte dos seus médicos tenham de concentrar, erradamente, toda a sua atividade no Serviço de Urgência”, denunciou. O bastonário, que esteve reunido com os médicos nas Caldas, no passado dia 9 de outubro, defendeu, em contraponto, mais médicos para este centro hospitalar e condições para que possam trabalhar nas suas áreas. “A esmagadora maioria dos serviços esteve aqui representada, com os diretores de serviço e vários médicos, nomeadamente internos, que nos reportaram também a sua enorme dificuldade em ter condições adequadas, por exemplo, de formação”, concretizou.
Carlos Cortes sublinhou que, apesar do governo “não valorizar a carreira médica, estes continuam a insistir para apoiar os seus doentes e que movimento que está a acontecer no país, é um grito de alerta para o governo investir no SNS. Garante que o sistema não aguentará muito mais tempo e alerta: “se em outubro já temos esta situação muito difícil, em que vários hospitais têm visto paralisada a sua atividade, nomeadamente na resposta da Urgência, julgo que em novembro já não teremos condições para dar nenhuma resposta”. Deixou, por isso, o apelo ao governo para que, através do ministério da Saúde, se sente à mesa com os sindicatos médicos para resolver os graves problemas que o país está neste momento a atravessar.
Um dos pedidos que lhe foi feito, pelos médicos, é que querem um novo hospital, e que agora irá transmitir ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro. Os profissionais de saúde manifestaram que não lhes interessa a polémica sobre a localização do novo Hospital do Oeste, que “consideram secundária, e que só serve para atrasar o que é essencial, que é construir um novo equipamento porque as instalações neste momento não dão resposta a uma medicina moderna e de qualidade”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos aos jornalistas. De acordo com o responsável, é necessário um novo hospital, mas também criar condições para atrair os médicos para uma zona do país que é, neste momento, “das mais carenciadas”.Destacou ainda que nas três unidades existem especialistas de “elevada qualidade, que são formadores”, e que os médicos precisam de ter mais condições para formação e investigação, para desenvolver a medicina.
Carlos Cortes comprometeu-se em regressar para fazer uma visita às três unidades deste centro hospitalar e também em reunir com a Comissão de Utentes, que já fez seguir, a 26 de setembro, uma queixa para a União Europeia contra o governo português.
Constrangimentos nas Urgências no fim-de-semana
A Urgência de Pediatria da Unidade de Caldas da Rainha esteve encerrada, por falta de médicos, durante o fim-de-semana, “tendo em conta que foram apresentadas várias manifestações de indisponibilidade pelos médicos para realizar horas extraordinárias para além das 150 horas”, esclarece a administração do CHO. Durante o mesmo período esteve a “funcionar com constrangimentos a urgência de cirurgia geral”.
Na passada terça-feira o serviço estava a funcionar com normalidade. “Apesar dos constrangimentos, os serviços de urgência estão a ser assegurados em situações urgentes ou emergentes com a resposta em rede com as restantes unidades hospitalares do CHO e com outros hospitais”, explicou a administração à Gazeta das Caldas. ■






























