Barragem de Alvorninha cede água aos agricultores

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) realizaram, no passado dia 17, a inspeção intermédia à Barragem de Alvorninha, prevista no plano de acompanhamento do reenchimento, para atestar as condições de segurança desta infraestrutura. Como resultado, a CCDR de Lisboa e Vale do Tejo recebeu “luz verde” para prosseguir com o enchimento da barragem até ao nível máximo de armazenamento. Na sequência deste resultado, os agricultores do perímetro poderão ter acesso à água, estando esta entidade em articulação com a Junta de Freguesia de Alvorninha de modo a colocar a rede de rega em carga e facultar a água a quem dela necessite para regar as suas culturas. “Num mês tão relevante de abastecimento para as culturas da região, encontra-se aberta a possibilidade de cedência da água necessária e essencial ao desenvolvimento, sobretudo, dos pomares de pera Rocha e maçã da região”, salientou Paulo Monteiro, responsável da CCDR-LVT, explicando que a cota de 99 metros tinha de ser respeitada até à inspeção.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, destaca que a entrada em funcionamento da barragem será uma “esperança para os agricultores da região”. Por agora, esta “inspeção veio permitir aos agricultores puderem utilizar a água durante o verão, o que é bastante importante para a produção da fruticultura”, salientou.
Já o presidente da Junta de Freguesia José Henriques, dá nota a burocracia que tem envolvido o processo, que se arrasta há anos. Isso levou a que, inclusive, os hidrantes (pontos de saída de água) tenham que ser substituídos. A obra já devia ter ocorrido, mas as condições climatéricas adversas durante o inverno, não permitiram que a empresa avançasse com a intervenção, que deverá ser retomada no final do verão. Falta depois a aquisição de contadores, essenciais para fazer a gestão do perímetro de rega.
Terá também de haver uma reestruturação da associação de regantes, que foi constituída aquando da construção da barragem, há cerca de duas décadas e que já não está ativa. O também agricultor e regante, vai ajudar no processo de juntar os agricultores para que depois possa haver uma gestão da rede de rega.
“Esperamos que neste inverno se possam dar mais uns passos para em breve podermos regar de forma mais adequada”, disse o autarca, acrescentando que a estabilização do espelho de água e da barragem também permitirá, depois, pensar noutras soluções de aproveitamento, nomeadamente fins lúdicos. ■