Banda Comércio e Indústria celebra 75 anos com livro e concerto na tenda do Parque

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A Banda Comércio e Indústria atuou na tenda do circo após o lançamento do livro

A Banda Comércio e Indústria (BCI) está a celebrar o seu 75º aniversário e fê-lo com o lançamento de um livro e com um concerto que decorreu na tenda do circo, no sábado, 16 de dezembro, no Parque D. Carlos I

A Casa do Pai Natal, no Céu de Vidro, acolheu a apresentação do livro “Banda Comércio e Indústria – 75 anos ao serviço da Cultura (1948-2023) da autoria de Margarida Louro, ladeada pelos presidente da Câmara, Vítor Marques, da direção da banda, Luís Santos, da mesa da assembleia geral, Manuel Ventura, e da Confederação Musical Portuguesa, Martinho Caetano. Manuel Ventura passou em revista o percurso da BCI tendo destacado o papel dos sócios, dos maestros e dos músicos que foram e são “fundamentais” nas várias fases da vida da entidade.
Luís Santos, o presidente da direção da banda, agradeceu à autora o seu livro e também “ toda a sua dedicação e trabalho na banda”.
O edil caldense, Vítor Marques destacou o percurso do grupo composto por momentos bons e menos bons e que tem contado com “excelentes músicos e dirigentes”. O presidente sublinhou também que este é um grupo “cheio de futuro, pela sua juventude”. A BCI “já é uma orquestra, algo que muito nos orgulha”. Martinho Caetano, da Confederação Musical, Portuguesa, nos anos 80 do século passado, pertenceu à BCI e, por isso, “está no meu coração”. O convidado lembrou momentos importantes relativos ao percurso da BCI que, há 40 anos e algo que não era comum, contava “com um forte apoio dos pais dos músicos”. Todos deram os parabéns à autora pela aturada pesquisa histórica sobre a BCI e que “a todos honra”.

No lançamento da obra estiveram presentes responsáveis da banda, da Câmara e da Confederação Musical Portuguesa

O livro de Margarida Louro foi feito no âmbito do mestrado em Estudos Portugueses da Universidade Nova. A autora encontrou que antes da BCI “existiam em 1893 nas Caldas a Velha e a Nova Filarmónica das Caldas”.
A BCI, fundada em 1948, deu o seu primeiro concerto a 8 de maio no Teatro Pinheiro Chagas, que ficava na Praça 5 de Outubro. O seu primeiro maestro foi Armando Escoto. “Ele foi também responsável pela banda do RI5 e quando esta terminou, em 1943, achou que a cidade não podia ficar sem banda e iniciou os contactos para a fundação da BCI”, referiu a autora que fez o levantamento de toda a história, dos altos e baixos da BCI, assim como de todos os maestros que teve. A banda teve um ressurgimento em 1976, tendo dado o primeiro concerto no ginásio da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro. Nele participou também um coro de 50 alunos da Escola do Bairro da Ponte. A BCI era então dirigida pelo maestro Luís Rego que permaneceu no cargo uma década. Criou a Orquestra Ligeira e participou com os seus músicos em eventos nacionais. Fez concertos para a RTP, participou em concursos para bandas filarmónicas e acompanhou o fadista Carlos do Carmo na Gala do 10 de Junho, em 1982, na Figueira da Foz.

Margarida Louro é a autora do livro que conta a história da banda caldense. Além de executante desde miúda, também faz arranjos musicais para a banda
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A autora fez o levantamento dos espaços de ensaios da BCI. Primeiro esteve no salão do Hotel Lisbonense, depois nas cavalariças do mesmo hotel, até que passou para a Lavandaria do Hospital Termal. Esteve nos Pavilhões do Parque e , em 1976, no Palácio Real. Em 1988 regressaram aos Pavilhões do Parque. Em maio de 2004 a BCI passou a ter a sua sede junto ao Centro da Juventude.
A obra inclui um levantamento sobre os músicos que seguiram a música profissionalmente como Rita Marques, Ruben Tomé, André Costa, Simão Fonseca, Beatriz Marques, Paulo Santos, Diogo Barros, entre tantos outros.
José António, de 77 anos, tocou clarinete durante 50 anos na BCI. Para si, era na BCI que “aprendíamos tudo e era, na verdade, uma segunda família!”. José Lino fez parte do grupo que reativou a BCI, a partir do 25 de Abril. Recorda que se colocou em local público que se pedia músicos para renovar o grupo. “Compramos instrumentos em 1975 com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura”, disse o antigo músico, que se lembra de ensaiar no Palácio Real. “No primeiro concerto que demos, fomos com a nossa roupa pois ainda não havia fardamento”, relembrou este antigo músico e dirigente.
A BCI atuou em Tornada e completou com um concerto de Natal também na tenda do circo e aberto à população. Receberam um novo clarinete que teve o apoio financeiro das duas juntas de freguesia da cidade e foi apresentado o novo estandarte da Banda. ■

Banda caldense atua em janeiro na Assembleia da República

A BCI é dirigida há 15 anos por Adelino Mota e possui atualmente 65 elementos com idades entre os 10 e os 63 anos.
“Há sempre alguns que saem mas, felizmente, tem havido uma grande renovação”, disse o maestro.
No dia 10 de janeiro, a BCI vai atuar na Assembleia da República, a convite do deputado caldense, Hugo Oliveira, que quis dar a conhecer ao parlamento a banda da sua terra que está a celebrar o seu 75º aniversário.
A BCI tem concorrido a apoios da Direção Geral das Artes e tem conseguido apoios para desenvolver projetos como a Volta ao Mundo em 80 Dias, que se realizou no ano transato no CCC e, agora, a Gala de Ópera que vai acontecer no Concerto de Ano Novo no CCC e que está marcado para o dia 7 de janeiro de 2024.
O maestro sente que os autarcas caldenses “têm orgulho na BCI, algo que é importante para nós e por isso queremos também dignificar o nome da cidade sempre que atuamos fora do nosso concelho”, acrescentou.
Para o maestro, a BCI tem tido um trabalho desafiante e orgulha-se por ter, pelo menos, três médicos nas fileiras da banda. mas tem igual orgulho nos muitos licenciados que têm feito os seus percursos em várias carreiras profissionais e que, apesar de já trabalharem, continuam a encontrar disponibilidade para vir ensaiar com a BCI às sextas-feiras à noite, nas Caldas.
Há sempre alguns elementos que acabam por sair do país por motivos profissionais ou vários outros que acabam por seguir a música profissionalmente como se têm constatado ao longo do percurso desta banda caldense, algo que também orgulha esta entidade que procura sempre “fazer mais e melhor”, rematou o responsável, o maestro Adelino Mota. ■

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