Autarcas defendem continuidade da pesca com “toneira” na Lagoa

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A secretária de Estado Teresa Coelho reuniu com os autarcas de Óbidos e das Caldas

Governante ouve pretensões dos autarcas das Caldas da Rainha e Óbidos e pondera reconsiderar a portaria.

A secretária de Estado das Pescas, Agricultura e Alimentação vai voltar a ouvir os intervenientes e utilizadores da Lagoa de Óbidos, bem como as entidades competentes, reconhecendo que há matéria para reconsiderar a portaria relativa à utilização da “toneira” como instrumento de pesca. Na semana passada, Teresa Coelho reuniu com Vítor Marques e Filipe Daniel, que reclamaram a continuidade da pesca com aquela arte.
Deverá ser criado um novo documento, onde se definam todas as normas a cumprir por todos, mais equilibrado e que melhor sirva os interesses de todos e da Lagoa de Óbidos, disse à Gazeta das Caldas pelo presidente da Câmara de Óbidos, depois da reunião que teve, com a governante, juntamente com o homólogo caldense, na tarde de 22 de setembro. Os autarcas manifestaram a sua discordância com parte da portaria que aprova as normas reguladoras do exercício da pesca comercial nas águas interiores não marítimas na Lagoa de Óbidos, em que num dos seus artigos proíbe o uso da “toneira” por pescadores lúdicos. Defendem que seja conferida a possibilidade de utilização da toneira aos pescadores na Lagoa de Óbidos, “promovendo e valorizando a utilização do ecossistema lagunar por todos e entendendo que ninguém deve ser prejudicado com esta medida”. Com a alteração, para além dos pescadores lúdicos também os pescadores profissionais terão o direito a pescar com “toneira”, enquanto método seletivo de pesca, refere Filipe Daniel.
“Os pescadores são o principal cuidador da Lagoa e um tratamento considerado como desigual poderia criar sentimento de injustiça”, defendeu o autarca de Óbidos.
Para Filipe Daniel, a diminuição da presença de centenas de pescadores lúdicos da lagoa diminuirá a capacidade de acompanhamento daquele ecossistema.
Também o presidente da Câmara das Caldas considera que a pesca lúdica é importante na lagoa e que seria bastante restringida com a nova legislação. “A preocupação da tutela tem a ver com a regulamentação e os exageros que possam ser praticados, pelo que todos em conjunto iremos fazer também ações de sensibilização”, informou.
Os autarcas partilharam ainda com a secretária de Estado projetos que estão a desenvolver, nomeadamente com a Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar, para defesa de algumas espécies, como é o caso do cavalo marinho, e a classificação da Lagoa a Zona Húmida no âmbito da convenção de Ramsar”.

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