Reunião de autarcas caldenses com Marta Temido mal recebida pelas forças políticas torrienses, que acusam Vítor Marques de exercer “pressões
inqualificáveis” sobre o Ministério da Saúde
A Assembleia Municipal de Torres Vedras acusou, na semana passada, o presidente da Câmara das Caldas da Rainha de exercer “pressões inqualificáveis” sobre a ministra da Saúde relativamente à escolha da localização do futuro Hospital do Oeste. Em causa está a reunião que autarcas caldenses tiveram, recentemente, com Marta Temido, na qual Vítor Marques terá manifestado à tutela que Caldas reunia as melhores condições para receber aquele investimento.
Numa moção de repúdio, aprovada por unanimidade, os deputados municipais torrienses consideram que Vítor Marques, ao ter colocado “em causa mais uma vez a localização do novo hospital [do Oeste], coloca mais uma vez em causa a construção do mesmo e tem por consequência, dificultar a prestação de cuidados às populações” da região.
No documento, as forças políticas de Torres Vedras afirmam que os argumentos do presidente da Câmara das Caldas da Rainha na “revelam uma completa e total falta de conhecimento sobre a realidade demográfica, assistencial e territorial do Oeste e em particular sobre o concelho de Torres Vedras”.
Para a Assembleia Municipal de Torres Vedras é essencial “reconhecer a importância do estudo que está a ser desenvolvido” para as necessidades de saúde do Oeste, e que a localização do hospital venha a ser “num ponto central no que diz respeito às populações que irá servir, no que diz respeito à equidade temporal de acesso e existência de acessibilidades por meios particulares e públicos”.
Em resposta, Vítor Marques mostra-se “surpreendido” com a moção de repúdio. “Não defraudámos ninguém, não há nada contra Torres Vedras, contra o Bombarral ou outro concelho”, assevera o chefe do executivo municipal, recordando que o pedido de reunião com a ministra da Saúde fazia parte “das promessas eleitorais” com que se apresentou a votos pelo Vamos Mudar.
“Há um estudo a decorrer e certamente iremos respeitar o estudo”, nota o presidente da Câmara das Caldas, que o encontro com Marta Temido serviu “para falar de saúde”. “Falámos dos agrupamentos de Centros de Saúde, que não têm médicos de família suficientes, falámos da necessidade de o Estado conceder apoios para os tratamentos no Hospital Termal, reivindicámos obras no Hospital das Caldas enquanto não se constrói outro e, obviamente, falámos do novo Hospital”, esclarece Vítor Marques, que procurou, a esse respeito, “alertar para dois aspetos”: “a necessidade de construir o novo hospital do Oeste junto à ferrovia, para que possa servir as populações num eixo de Torres Vedras a Alcobaça, bem como a necessidade de alargar o estudo das necessidades às populações servidas pelos hospitais de Leiria e Santarém, onde há insuficiências de cuidados de saúde. Estes aspetos têm de ser tidos em conta na escolha da localização, que nos parece evidente ter de ser nas Caldas da Rainha”. ■































