Autarca levou preocupações com a saúde à secretária de Estado

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Presidente da Câmara das Caldas deslocou-se ao Ministério

Falta de médicos de família e saturação dos serviços no CHO dominaram reunião em que se falou pouco sobre o novo Hospital

A preocupação com os cuidados de saúde primários no concelho, nomeadamente com a falta de médicos de família, e os problemas de saturação e encerramento de serviços do CHO, devido à falta de recursos humanos, estiveram entre as preocupações manifestadas pelo presidente da Câmara das Caldas à Secretária de Estado da Saúde, Maria de Fátima Fonseca.
Na audiência que decorreu a 1 de julho, e em que participou acompanhado pelo secretário da Assembleia Municipal, Pedro Marques, e pelas vereadoras Conceição Henriques e Maria João Domingos, Vítor Marques mostrou a preocupação com a existência de cerca de 10 mil utentes sem médico no concelho, e com a perspetiva de mais profissionais de saúde se reformarem. À Gazeta das Caldas o autarca disse que a tutela tem prevista a colocação de médicos com uma majoração e a passagem dos centro de saúde (Unidade de Cuidados Saúde Personalizados) a Unidades de Saúde Familiar, sendo mais atrativos para os médicos.
Em relação ao hospital, e nomeadamente à saturação dos serviços que por vezes leva ao seu encerramento pontual, “a situação está a ser contrariada (por parte da tutela) com mais concursos, mas estes ficam desertos”, explicou Vítor Marques. Nesse sentido, foi abordada a possibilidade dos médicos do serviço poderem nas horas extraordinárias terem uma majoração do valor do custo hora, que vai fazer com que não haja tantas diferenças como as que existem atualmente com os prestadores de serviços.
O autarca referiu-se ainda ao Plano Diretor Hospitalar que está a ser elaborado, defendendo que “é importante conhecer o plano de investimentos e as medidas que estão pensadas para a sua concretização”.
“Em relação ao novo hospital não falámos muito”, referiu Vítor Marques, justificando que a autarquia não se revê no estudo que está a ser feito, e que pretende, “com a serenidade possivel, acompanhar o processo e ir avaliando”. A reunião terminou a falarem do Hospital Termal, com o autarca a defender a necessidade de continuidade das comparticipações nos tratamentos termais e a deixar um convite para a governante visitar o Hospital Termal quando este reabrir a ala sul, com tratamentos músculoesqueléticos, o que deverá acontecer ainda durante este mês.
Na reunião também foi abordada a transferência de competências na área da Saúde, tendo sido partilhado com a Secretária de Estado que o município se encontra, atualmente, a elaborar a Estratégia Municipal de Saúde e a analisar o perfil de saúde na região de Caldas da Rainha, de forma a existirem diretrizes para a intervenção na área da saúde.
Com poucas respostas concretas, apenas o comprometimento com aberturas de concursos para alguns cargos para médicos, Vítor Marques lembra que a resposta tem sido sempre “reativa” em vez de prevenir, de preparar e planear. “Este é o grande paradigma da gestão que tem de ser alterado, é o planeamento. E o que podemos planear a 5 ou 10 anos todos os anos tem de ser monitorizado e adaptado”, conclui. ■

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