
Constituição de seis novos regadios do Oeste, propostos pela Direção Regional de Agricultura e quatro municípios, terão de disputar as verbas nacionais alocadas ao setor até 2030
Há seis áreas na região Oeste que foram identificadas pela Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPVT) e que integram o estudo “Regadio 2030 – Levantamento do Potencial de Desenvolvimento do Regadio de Iniciativa Pública no Horizonte de uma Década”, promovido pelo Ministério da Agricultura.
Os potenciais locais para receber novas obras de regadio estão localizados em apenas quatro concelhos: Alcobaça (3), Torres Vedras (2), Lourinhã (1) e Nazaré (1, com Alcobaça).
O estudo nacional quantificou “cerca de 300 ações, que beneficiarão, aproximadamente, 500.000 hectares”, destaca o ministério liderado por Maria do Céu Antunes.
O regadio contribui para diminuir a imprevisibilidade associada à atividade, minimizar o risco e assegurar a estabilidade do rendimento do setor agrícola. É que Portugal, por ser um país mediterrânico, “é mais suscetível” aos efeitos das alterações climáticas e a agricultura “é um dos setores mais afetados por esta realidade”.
Consciente desta dificuldade, a Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste, que organizou na Lourinhã a 9ª Semana Hortícola do Oeste, propôs a criação de uma ‘task force’ com várias entidades públicas e privadas para estudar soluções para o fornecimento de água aos agricultores da região. Segundo o presidente Sérgio Ferreira, esta é a resposta para “ultrapassar o impasse”no setor.
Neste encontro, o delegado regional do Oeste da DRAPLVT, Paulo Monteiro, apresentou a “Estratégia do regadio do Oeste”. O levantamento realizado teve em conta o reconhecimento das “dificuldades do setor, assim como das perspetivas de crescimento”, pelo que “a DRAPLVT assumiu como determinante o papel insubstituível e motivador de apoio às iniciativas de constituição de novos regadios coletivos e articulou com alguns municípios planos de ação para o efeito”.
Os protocolos estabelecidos visam garantir os estudos necessários para projetar as soluções técnicas e regimes de utilização a implementar na gestão coletiva de cada concelho, assim como a identificação cadastral dos proprietários com vista à criação de aproveitamentos hidroagrícolas.
Dos seis locais identificados, cujos estudos preliminares foram realizados com o apoio dos municípios, os mais avançados estão localizados no concelho de Torres Vedras. O primeiro contempla 5 açudes no rio Sizandro e uma barragem num afluente, com uma área de 587 hectares, 320 beneficiários e custo previsto de 7 milhões de euros, com hipótese de instalação de uma central foltovoltaica. O segundo envolve o rio Alcabrichel, com a construção de uma barragem e 7 açudes. Com uma área de 605 hectares de regadio, não estão contabilizados os beneficiários, mas o investimento ronda os 9,9 milhões.
No concelho da Lourinhã está equacionado um regadio na ribeira de Toxofal e rio Grande, com 142 hectares, beneficiando 200 agricultores, não estando ainda estimado o investimento. Prevê-se a construção de uma barragem.
Mais atrasados estão os processos de Maiorga, na Bacia Hidrográfica do Rio Baça com uma área de 356 hectares, 407 beneficiários e um investimento estimado de 7,8 milhões. Prevê-se a construção de uma tomada no canal do açude da Fervença, a reabilitar, e outra no rio da Areia. Junta-se, ainda, o regadio de Alfeizerão, com 1050 hectares e 320 beneficiários, não estando estimado o investimento para abranger São Martinho do Porto. Por fim, no Vale do Baça (Cela, Bárrio, Vimeiro e Turquel), está equacionado um regadio, com uma barragem, com 1728 hectares de regadio para 320 beneficiários, não estando estimado ainda o investimento a fazer no rio Baça.
O diretor regional de Agricultura, José Lacerda Fonseca, destacou que para a concretização de novos investimentos na área do regadio é imprescindível o envolvimento e participação activa dos agricultores. “Na essência estamos convosco”, comprometeu-se. ■






























