O antigo refeitório municipal, situado na Rua Direita (Obidos), está convertido num atelier de costura até ao final do mês. Máquinas de costura, mesa de corte, agulhas e linhas, são utilizadas por uma dezena de pessoas (oito mulheres e dois homens) para dar forma aos trajes medievais, que serão utilizados durante o Mercado, que se realiza até 24 de Julho.
Esta formação, além de dar conhecimentos na área aos participantes, permitiu à Óbidos Patrimonium triplicar a oferta de trajes, que agora ascende a 200 modelos.
Joaquim Sequeira não tinha qualquer experiência de costura, mas agora é exímio na máquina de corte. Foi convidado a participar por uma amiga e diz estar a gostar muito da experiência.
Operador num hipermercado, o participante conta que um dos seus bisavôs era alfaiate e considera que esta formação é uma mais valia a nível pessoal. Desde Abril que está a frequentar o atelier e já fez camisas, fatos e muitos cortes e moldes.
Mais experiente, Natália Pinheiro já fazia os trajes que o grupo de dança Josefa d’Óbidos usa, mas aproveitou a oportunidade para aprofundar os seus conhecimentos. “Éramos muito amadores e esta é uma forma de nos profissionalizarmos” referiu.
Para Natália Pinheiro esta formação é bastante importante e poderá vir a dar outros frutos, uma vez que se encontra desempregada. O objectivo é que, no futuro, a associação Josefa d’Óbidos consiga ter um espaço permanente de aluguer e confecção de trajes na vila.
“É um trabalho que implica muita dedicação, rigor histórico e também muita pesquisa a nível de modelos”, refere Natália Pinheiro, que tem uma preferência pelos trajes da corte.
O atelier de trajes medievais, que teve início em Abril, pretende alargar o guarda roupa da empresa municipal que organiza o mercado e envolver cada vez mais as associações locais neste projecto. “Tínhamos cerca de 50 trajes e vamos ficar com aproximadamente 200”, explica Bertina Pinheiro, responsável pelo Mercado Medieval na Óbidos Patrimonium.
Os visitantes têm à sua escolha fatos de dama burguesa, dama nobre, cavaleiro, monge franciscano e camponesa. A organização contratou uma costureira profissional que está a ensinar o grupo a construir os trajes desde o seu início. “Fazem os moldes, cortam o tecido e depois costuram. Estão a aprender todas as fases”, explicou a responsável.
Foi também feita uma pesquisa ao nível das cores e da estrutura dos trajes, tendo a escolha recaído pelos tons terra, que eram os tons mais utilizados na época.
O participantes, que estão a acabar os fatos, vão agora iniciar a aprendizagem de uma componente mais teórica, de modelagem. De acordo com Bertina Pinheiro os moldes têm especificidades e cada tamanho implica um molde diferente, pelo que foram feitos tamanhos M e L, que servem a toda a gente.
A cada edição que passa tem havido uma maior procura de trajes. Inclusive o ano passado o mercado registou a presença de perto de 4000 trajados, chegando mesmo a haver dias em que esgotaram os guarda-roupas.
O preço do aluguer do traje é o mesmo do bilhete – sete euros (com direito a entrada no evento). O guarda roupa, com cerca de 400 fatos (incluindo os da Associação Josefa d’Óbidos) estará na galeria da Casa do Pelourinho.






























