Evento surge ligado ao 10º aniversário da associação e sublinha aposta no stand up paddle adaptado SUP4ALL, que se começou a desenhar em 2019. Este domingo realiza-se o Campeonato Nacional de SUP Race Maratona, no Covão dos Musaranhos
A ASUPP – Associação de Stand Up Paddleboarding de Portugal, que tem sede no Covão dos Musaranhos, no concelho de Óbidos, está a comemorar o 10º aniversário e, numa iniciativa integrada nas comemorações, desenvolveu no passado sábado uma concentração de SUP Adaptado, que juntou perto de quatro dezenas de pessoas com necessidades especiais.
O objetivo foi “proporcionar um dia agradável” a este conjunto de pessoas que tiveram oportunidade de ter contacto com a modalidade, disse Jorge Branco, presidente da ASUPP, à Gazeta das Caldas.
Naquela iniciativa, os “atletas” convidados puderam experimentar a sensação de deslizar sobre as águas calmas da Lagoa de Óbidos pessoas com vários tipos de deficiência.
A iniciativa contou com a parceria da Federação Portuguesa de Desportos para Deficientes e reuniu utentes de instituições como a CEERIA – Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça, a ANITA – Associação Nacional de Intervenção no Transporte e Autonomia, de Lisboa, e da APERCIM – Associação para Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Mafra.
“Estamos a desenvolver regularmente clínicas de SUP Adaptado. No futuro queremos alargar o projeto a outras escolas do país, para que o SUP seja para todos”
Jorge Branco
“Estou no meu segundo mandato como presidente e uma das coisas que queria introduzir na associação era o SUP Adaptado, porque fazia todo o sentido”, conta Jorge Branco. Em 2019, a associação levou a cabo uma alteração de estatutos de modo a poder introduzir o programa SUP4ALL, de modo a estender a modalidade a pessoas com necessidades especiais.
O programa foi desenhado com o apoio do Instituto Nacional de Reabilitação e do IPDJ. “Começámos a desenvolver trabalho nesta área e já conseguimos estabelecer acordos com algumas instituições de peso, incluindo a Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes e estamos a fazer regularmente clínicas de SUP Adaptado”, realça Jorge Branco.
Agora, o objetivo é alargar estes programas a outras escolas de SUP espalhadas pelo país, “de modo a que o SUP seja para todos”, sublinha.
Nascida da curiosidade
A ASUPP foi fundada em julho de 2011 e tudo começou pela curiosidade de Jorge Branco, um dos fundadores e atual presidente. “Tinha um vizinho que tinha uma prancha estranha”, conta. A curiosidade levou-o a experimentar uma modalidade que “muitos diziam que não tinha futuro, remar em pé em cima de uma prancha”, mas ao longo desta década não tem parado de crescer.
“Criámos a associação para ver se conseguíamos chegar a quem já praticasse e, entretanto, foi-se desenvolvendo”, conta. Logo no primeiro ano, a associação criou provas de demonstração, como a Volta à ilha da Berlenga, a Descida do rio Douro e a Travessia do Tejo entre a Expo e Alcochete em SUP.
Criada em 2011, a Associação fixou-se, em 2012, junto à Lagoa de Óbidos, onde se encontrou condições de excelência para a prática desta modalidade em crescimento
A associação acabou por se desenvolver tanto na organização de eventos desportivos, como é o Campeonato Nacional de SUP Race Maratona, que vai ter lugar, em oitava edição, este domingo para todos os escalões etários na lagoa, junto ao Covão dos Musaranhos.
Também desenvolve atividade de escola de SUP, tanto para atletas federados – tendo já vários campeões nacionais a competir sob a sua alçada –, como na vertente lúdica.
“Concessionamos esta área aprazível da lagoa junto”, diz Jorge Branco, onde qualquer pessoa, com qualquer tipo de experiência na modalidade, pode remar acompanhada de pessoal avalisado.
Durante os meses da estação quente, aquele local é bastante procurado, tanto por portugueses que vêm de várias zonas do país, como estrangeiros de muitas nacionalidades.
A ASUPP desenvolve, ainda, diversas ações no plano social, como o evento do Pai Natal da Lagoa, e proporciona aos alunos das escolas do concelho de Óbidos a prática da modalidade de forma gratuita, assim como a outros organismos do concelho e limítrofes. “Importa-nos muito a parte social”, conclui. ■

Associação já formou mais de 400 instrutores em 10 anos de atividade
Formação é uma das vertentes da associação fundada em 2011
A Associação de Stand Up Paddleboarding de Portugal foi fundada em 2011 e, no ano seguinte, fixou a sua sede no concelho de Óbidos, junto ao plano de água da Lagoa, onde os praticantes podem desfrutar de condições de excelência para a prática da modalidade.
“É um local maravilhoso para a prática desta modalidade, não é por acaso que montámos aqui a sede. Também fomos muito bem recebidos pelo município, que sempre nos apoiou”, realça Jorge Branco, presidente da associação.
A autarquia foi um parceiro importante para que a ASUPP criasse um centro de formação e de estágio, que além dos atletas da associação, recebe estágios de equipas estrangeiras.
A formação é também uma das vertentes de grande importância para a associação. “Fomos fazer um curso a Espanha para melhorar o nosso desempenho, porque a modalidade lá estava mais desenvolvida, mas ao fazer esse curso percebemos que podíamos fazer melhor aqui”, conta Jorge Branco. E assim foi.
“Desde que somos certificados pelo IPDJ, certificámos já 425 novos instrutores”, refere o presidente. O curso está também aprovado no âmbito da formação para professores de educação física, com atribuição de créditos para a progressão na carreira de docente. A associação realiza, por norma quatro cursos por ano a este nível.
No seio da ASUPP têm, igualmente, sido criadas variantes dentro do próprio SUP. “Demos o primeiro curso certificado de SUP Yoga a nível europeu”, refere Jorge Branco. E, mais recentemente, foi integrado no plano de formação da associação um curso de SUP Freestyle. “Esta variante começou nesta associação. Desenvolvemos e batizámos as manobras e podemos dizer, com orgulho, que a modalidade tem seguidores em todo o mundo”, afirma Jorge Branco.
Além da vertente desportiva, ASUP trabalha na vertente da formação
Todo o trabalho da associação é desenvolvido também em proximidade com a Federação Portuguesa de Surf. “Somos uma escola certificada da FPS, que se apoia muito em nós na parte do SUP. Já existíamos dois anos antes da federação acolher a modalidade”, aponta o presidente, acrescentando que a associação tem mesmo mais clubes associados só de SUP do que a própria federação. “A federação está muito focada o litoral, mas nós temos clubes em todo o lado onde há um plano de água”, sublinha.
Jorge Branco acredita que a modalidade se vai continuar a desenvolver, até porque é uma atividade “aprazível”, que se pode praticar em lazer ou em competição, sozinho ou em grupo, “e faz bem à saúde física e psicológica”. ■






























