Celebram-se este ano quatro décadas de existência da Associação Regional Caldense, que tem conseguido ser uma ponte entre as Caldas da Rainha e Newark, a terra mais caldense dos Estados Unidos da América
A Associação Regional Caldense foi fundada em Newark em 1983 e, nas suas quatro décadas de vida, tem conseguido unir os caldenses dos dois lados do Atlântico, nas Caldas, em Portugal, e em Newark, a terra mais caldense dos Estados Unidos da América.
A associação nasce na sequência da dinamização de eventos em terras americanas por parte de alguns caldenses que decidiram então associar-se. A ARC é o fruto da iniciativa de 13 caldenses que haviam emigrado para terras do Tio Sam nas décadas de 60 e 70 do século passado, em busca do sonho americano. Com incríveis e únicas histórias de emigração, viveram vidas cheias de trabalho, esforço e sacrifício, longe das suas casas, mas encontraram, muitos deles, o sucesso profissional e a felicidade.
Raul Santos, Carlos Ventura, Artur Martins, Paulino Raimundo, Fausto Simões, Avelino Simões, Hélder Neto, Jaime Marques, José Alves, Joaquim Gregório, Joaquim Carlos, Jorge Ventura e Agostinho Sousa são os 13 sócios fundadores.
Ainda antes de ter estatutos próprios, a associação já tinha a sua missão bem definida e essa tem-se mantido viva nestas quatro décadas: desenvolver o espírito caldense nos Estados Unidos da América, apoiar qualquer caldense residente em terras do Tio Sam, colaborar com as instituições do concelho das Caldas e ainda realizar, pelo menos uma vez por ano, uma concentração de caldenses na comemoração do aniversário da associação.
O primeiro presidente, em 1983, foi Jorge Ventura, que volta atualmente a liderar os destinos da associação, pela terceira vez.
A mesma missão, 40 anos depois
Hoje em dia, quarenta anos depois, o seu propósito mantém-se o mesmo, mas o mundo mudou muito. Atualmente temos a Internet, que não era acessível a toda a gente há quarenta anos e que hoje nos permite estar mais próximos, mas nem por isso a associação tem perdido importância na vida dos caldenses na América. Ao longo dos anos, a ARC tem procurado acompanhar as dinâmicas e criou um site e redes sociais, conseguindo manter a comunicação com a sua comunidade através dos meios tecnológicos. Mas há algo que não muda: a necessidade que o ser humano sente em se encontrar, em conviver. E essa está espelhada nas iniciativas da associação, que mantém bem vivas as raízes das suas origens, apesar dos quase 5400 quilómetros que separam estes dois pontos.
Os eventos da associação são uma demonstração do que de melhor recordam das Caldas. À mesa há beijinhos e cavacas, trouxas de ovos, encontram-se louças e cerâmica, mas também pastéis de nata, pevides e tremoços, por exemplo. E os artistas são, muitas das vezes, caldenses. Andando por Newark não é incomum também “tropeçar” em galhardetes e camisolas do Caldas Sport Clube em estabelecimentos com nomes portugueses.
Aproveitar as tecnologias
Atualmente, um dos grandes objetivos dos responsáveis pela associação passa por tirar partido das tecnologias, com um novo site, aproveitando esta era em que as notícias da Gazeta das Caldas (que ao longo dos anos tem sido um dos mais fortes elos de ligação desta comunidade às suas raízes), por exemplo, já chegam ao minuto a qualquer parte do mundo. Um dos projetos passa por desenvolver conteúdos próprios dedicados a esta comunidade.
Uma particularidade é que esta associação ganhou até o nome de décima sétima freguesia do concelho das Caldas, que tinha então, antes das Uniões de Freguesias, um total de 16. Foi uma expressão da autoria da então vereadora da Câmara, Maria da Conceição Pereira.
Um dos grandes méritos que é reconhecido à “décima sétima freguesia” é que, ao longo destas quatro décadas, tem prestado apoio a uma lista de instituições caldenses, que inclui os Bombeiros, associações sociais e de solidariedade, bandas musicais, clubes desportivos, entre outros. Mas um dos grandes projetos desta associação tem sido a entrega de bolsas de estudo a jovens luso-descendentes. E a promoção do ensino do português também é uma preocupação, algo que é importante no reforço da ligação entre as gerações mais novas (algumas famílias estão já na sua quarta geração em território americano) e as suas origens.
Outra das grandes obras associadas à ARC foi a construção de um monumento à entrada da cidade, que foi inaugurado em 2001 e que é da autoria do escultor Antonino Mendes.
Com um grande pórtico de sete metros de altura e dois e meio de largura, o monumento convida à passagem, à viagem. Segue-se uma escada, símbolo do progresso e da ascensão. Depois há uma grande mesa, que simboliza o encontro e a união, com cinco bancos, cada um representa um continente para onde emigraram os caldenses. Foi uma obra avaliada em 16 mil contos (cerca de 80 mil euros) e contou com uma comparticipação de cerca de 25% do valor por parte dos emigrantes.
Celebração do 40º aniversário
No dia 15 de abril (sábado) vai comemorar-se o 40º aniversário da fundação da Associação Regional Caldense.
A festa tem o seu início previsto para as 19h00 e irá decorrer em Anna St. (Elizabeth – New Jersey) contando com um repasto e muita animação.
O aniversário da associação será animado por Ultrasound e contará com a presença de várias entidades convidadas das Caldas da Rainha. Os vereadores da Câmara, Conceição Henriques (VM) e Hugo Oliveira (PSD) irão participar no evento, tal como os presidentes de Junta de Freguesia de Santa Catarina, dos Vidais e de A-dos-Francos, Fernando Fialho, Rui Henriques e Paulo Sousa, respetivamente.
O presidente da ACCCRO (Associação Empresarial das Caldas da Rainha e Oeste), Luís Gomes, também integra a comitiva das Caldas a terras do tio Sam.
João Carlos Costa será, como habitualmente, o mestre de cerimónias.
A participação custa 75 dólares para adultos e 35 para crianças. ■
































