
A Nostrum – Associação de Defesa do Património Ambiental escreveu à Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo a requerer a inclusão da Mata Rainha D. Leonor na candidatura de classificação a património nacional do Hospital Termal e do Parque.
No requerimento, esta associação ambientalista fundamenta o seu pedido em 17 pontos nos quais descreve pormenorizadamente, e com grande rigor científico, a riqueza florística da Mata, as espécies de aves que nela nidificam e a importância do seu valor hidrogeológico, uma vez que nela estão localizados praticamente todos os furos de captação da água termal.
O mesmo documento, assinado por João Tomás Batista e Mercês Silva e Sousa de Matos, diz que, além do “inegável interesse biológico e ecológico” daquele espaço verde – que serve, tal como o parque, de “pulmão” da cidade – situam-se naquele espaço elementos patrimoniais construídos e associados à reedificação do Hospital Termal realizada por D. João V.
Em causa estão os antigos depósitos de água salgada (transportada do mar para neutralizar a acidez da água termal) e os de água doce utilizados para rega e acompanhamento das refeições dos doentes, os diversos chafarizes da Mata, o antigo aqueduto que estava ligado ao Chafariz das Cinco Bicas, o miradouro designado Pinheiro da Rainha e as cavalariças reais e a capela do Espírito Santo.A Nostrum argumenta ainda com o conjunto escultórico de Ferreira da Silva que considera uma “obra de arte moderna iniciada nos fins do século passado e alusivo às águas”.
Por tudo isto, a associação lamenta que esta importante zona verde da cidade tenha sido excluída da candidatura a património nacional e requer que “seja justamente incluída nessa classificação em conjunto com o Hospital Termal e o Parque D. Carlos I”.
Já na última Assembleia Municipal, a deputada socialista Catarina Paramos congratulou-se por o processo de classificação do Hospital Termal e do Parque ter sido publicado em Diário da República, mas mostrou-se preocupada por a candidatura não incluir a Mata os aquíferos termais.
O processo em curso está em fase de audiência pública, no qual os cidadãos poderão fazer sugestões, após o qual será elaborado um relatório que será apreciado pelo Conselho Consultivo da Direcção do Património Cultural. Seguem-se a assinatura do secretário de Estado da Cultura, a aprovação em Conselho de Ministro e a ratificação e promulgação pelo Presidente da República.
Carlos Cipriano
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