Associação de Defesa da Nazaré reclama devolução de marco de correio à vila

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A ADN captou a retirada do marco de correio que diz ser um “elemento do nosso património cultural”

O marco de correio que há décadas se encontrava na Praça Sousa Oliveira, na Nazaré, foi retirado na manhã de 19 de Outubro. Mas a Associação de Defesa da Nazaré (ADN) não quer aceitar a decisão dos CTT e reclama devolução do que dizem ser um elemento “histórico” para a vila.
Em comunicado, a ADN defende que “além da sua utilidade pública, o marco de correio constitui uma bela peça de mobiliário urbano português, fazendo parte da identidade cultural do país”. E quanto ao da praça nazarena, este “não é apenas um repositório de cartas e postais: é, em si mesmo, um postal turístico”.
A associação acusa os CTT de estar a promover um “abate da memória colectiva”, garantindo saber que “o destino dos marcos de correio é a siderurgia” para serem derretidos. E questiona se numa lógica de redução dos custos por parte dos CTT “não seria mais fácil e menos dispendioso manter os marcos como mobiliário urbano, fechando a respectiva boca”.
A ADN quer ainda saber se a Câmara da Nazaré teve conhecimento da decisão de retirar o marco de correio e se fez alguma coisa para o impedir. Uma questão que foi também já colocada por Fábio Salgado, deputado municipal do BE.
Marco não será reposto

Questionada pela Gazeta das Caldas os CTT explicam que “este posto de recolha de correspondência recebia entre 10 a 15 cartas por dia, número considerado insuficiente para justificar a existência deste equipamento, mais ainda considerando as alternativas nas proximidades: a 50 metros do ponto de recolha Manuel de Arriaga e a 150 metros na Estação de Correios da Nazaré”. Como justificação para a sua retirada, aponta-se ainda o “mau estado de conservação” do equipamento cuja reposição não está prevista.
Já quanto à possibilidade de outros marcos de correio virem a ser retirados de outros locais da região, fonte da empresa diz que “os CTT deverão, este ano, reduzir em cerca de 4% o número de postos de recolha de correspondência em todo o País, numa medida de adaptação da oferta à procura”. A mesma fonte esclarece que em Portugal há um posto de recolha por 600 habitantes, quando a média europeia é de um posto por 720 habitantes. Uma adaptação que “está já concretizada na sua quase totalidade, uma vez que durante 2011 o número de postos de recolha reduziram-se em 20%”.
Os CTT dizem ainda que “em nenhuma situação é posta em causa a acessibilidade da população aos equipamentos de entrega de correspondência”, dado que a decisão de retirar os marcos e caixas de correio é tomada em coordenação com as autarquias de cada área “e são levadas em consideração a densidade populacional de cada localidade e a área de abrangência dos pontos de recolha mais próximos”.

Joana Fialho

jfialho@gazetadascaldas.pt

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1 COMENTÁRIO

  1. No Porto também está a acontecer a mesma coisa. Os cretinos dos CTT estão a retirar os marcos de correio todos. Péssimo serviço público o desta ainda empresa pública, que tem um absoluto desprezo pelos seus clientes. Se alguém quiser enviar uma carta tem de andar quilómetros até à estação de correios mais próxima (e cada vez mais rara).