A Associação Cultural e Desportiva das Trabalhias, freguesia de Salir de Matos, celebrou no passado domingo o seu 40º aniversário com uma homenagem aos fundadores. A actual presidente, Niza Tavares, não deverá continuar no cargo a partir de Janeiro do próximo ano.

No 40º aniversário da ACD Trabalhias realizou-se um almoço com cerca de 250 pessoas na associação, que começou com a construção de um salão de convívio, em 1978, no terreno onde já se faziam as festas.
Silvino Felicidade dos Santos levou Fernando Luís, Adelino Caetano, João José Santos e Joaquim Bernardo à Costa da Caparica no seu carro para comprarem o terreno, que à época custou 100 contos.
O primeiro presidente da associação foi Fernando Manuel Alves e o sócio número 1, que era presidente do Conselho Fiscal, João José dos Santos, ainda é vivo.
“Muitos habitantes ajudaram a fazer a obra aos sábados”, lembrou Niza Tavares, recordando também a família de João Brás, que está nos Estados Unidos da América, mas que foi fundamental ao doar terrenos para a expansão da colectividade.
“A sociedade empenhava-se de corpo e alma, com muita gente jovem a ajudar, hoje não é tanto assim e não é fácil manter a associação de pé”, disse Niza Tavares, que é presidente há cerca de uma década.
“É sempre complicado encontrar direcção, porque as burocracias são cada vez maiores, é como se isto fosse uma empresa, é preciso licenças, seguros, montes de coisas”. Por outro lado, “hoje as pessoas não precisam da associação para viver e nos tempos antigos este era um escape para sair de casa e para nos encontramos”.
Niza Tavares não irá continuar na presidência, mas mostra-se preocupada por não haver ninguém que se chegue à frente para lhe suceder. “Com esta colectividade fechada o que vai ser das Trabalhias? É muito difícil, porque as pessoas estão habituadas a encontrar-se aqui e a vir beber café”, fez notar. Os cargos mais problemáticos são de presidente e de tesoureiro.
O rancho folclórico “Alegria da Nossa Terra” que nasceu em 1981, é ainda a grande bandeira da associação. Ainda houve equipa de futebol, mas terminou.
O café está todos os dias de porta aberta, mas dá prejuízo ano após ano. Abre mais pela missão social do que por qualquer outro motivo. Depois existem os vários eventos e torneios de sueca, um ginásio que é ocupado duas vezes por semana, matraquilhos, snooker e ping-pong, assim como wi-fi.
Dos cerca de 350 sócios, os pagantes rondam os 220. As fontes de lucro são os eventos e a participação nas Tasquinhas que representa 15% da receita anual.
Entre as necessidades mais urgentes está a pintura interior e exterior do edifício e a resolução de alguns problemas no bar.
No dia 1 de Novembro, a partir das 8h00, faz-se o corte das carnes para depois começar a encher os chouriços no domingo, dia 3 para a Festa do aniversário do Rancho “Alegria da Nossa Terra”, nos dias 8, 9 e 10 de Novembro. Os voluntários que forem ajudar recebem almoço e magusto durante a tarde. Entre os planos futuros, a presidente “gostava de organizar uma passagem de ano e depois em Janeiro esta direcção vai cessar e vai ter de haver alguém a levar a colectividade em frente”, realçou.

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