Associação Comercial pagou comida para os patos do Parque

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Foi necessário a Associação Comercial pagar a compra de 50 quilos de ração para que os patos do Parque D. Carlos I se pudessem alimentar.
“Fomos contactados para que ajudássemos na alimentação dos animais que estão no lago do Parque porque havia algumas dificuldades”, contou à Gazeta das Caldas o presidente da ACCCRO, João Frade.
Embora a verba necessária para a aquisição dos 50 quilos de ração fosse apenas de 15 euros, terá havido problemas no desbloqueamento desse dinheiro e a ração existente acabou entretanto.
Na sequência desta primeira ajuda, a associação comercial disponibilizou-se para continuar a apoiar na manutenção do Parque e conseguiram que uma empresa caldense oferecesse vassouras, equipamento de poda e vestuário próprio para os funcionários.
A ACCCRO vai garantir também a compra de ração para os próximos seis meses para que não volte a haver falta de comida e de fertilizantes. “O Parque é um ex-libris da cidade e também um motivo de atracção para os turistas”, daí considerar natural que ajudem na sua manutenção, embora adiante que no futuro a solução terá que passar pela Câmara e por quem está a gerir actualmente o património (Centro Hospitalar do Oeste).
Para João Frade, há questões em que as quantias para resolver determinados problemas são tão pequenas, como foi o caso da ração, que parece existir “alguma má vontade”.
Segundo o dirigente, outra alternativa para a alimentação dos patos poderá ser pão que não esteja já em condições para consumo humano e que sobre dos estabelecimentos comerciais.

Parque e Mata ainda sem solução

O ano começa da pior maneira para o Parque D. Carlos I e para a Mata Rainha D. Leonor, com a indefinição sobre o seu destino. A administração do Centro Hospitalar do Oeste entende que deve ser a Câmara a garantir a sua manutenção, mas o presidente da autarquia continua a só aceitar essa responsabilidade “com a condição de que o Ministério da Saúde se empenhe para que haja fundos comunitários para recuperar os Pavilhões do Parque e outras áreas que precisam de ser recuperadas”, segundo explicou o próprio à Gazeta das Caldas.
A Câmara só aceita uma concessão, no mínimo, por 50 anos, e já tem como planos alargar o Museu da Cerâmica, instalar um Parque de Esculturas e, se houver interessados, construir uma clínica termal privada no espaço da Parada.
Fernando Costa garante que a Câmara tem condições financeiras para suportar os gastos na manutenção destes dois espaços (uma estimativa de 300 mil a 500 mil euros por ano). “Felizmente a Câmara tem dinheiro e esta parece-me uma prioridade”, afirmou o autarca em Agosto.
Desde o final de Setembro que o Parque D. Carlos I deixou de ter a habitual manutenção efectuada pela empresa Tecnogarden. Também a Mata Rainha D. Leonor deixou de ter manutenção no final de Outubro. Em ambos os casos terminou o contrato que ligava a empresa ao extinto Centro Hospitalar Oeste Norte.
Segundo explicações de Carlos Sá em Novembro, então como presidente do CHON, “terminou o montante da verba que tínhamos disponível em orçamento” para a manutenção dos dois espaços verdes e, por causa da Lei dos Compromissos, não pode ser feito um novo concurso público.
A 16 de Dezembro um grupo de cidadãos, mobilizados pela Comissão de Utentes do Centro Hospitalar Oeste Norte, juntou-se para limpar o chão do Parque D. Carlos I das folhas de plátano que deixaram de ser recolhidas.
Em nome da comissão, António Curado explicou que pretenderam desta forma chamar a atenção da população das Caldas para o abandono do Parque e da Mata. “É preciso que se trabalhe na limpeza e também que se chame a atenção para esta situação. Este trabalho tem que ser feito por quem te essa responsabilidade”, referiu.

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Centro Hospitalar quer envolver entidades e empresas

A administração do CHON realizou, a 8 de Novembro, uma reunião com várias entidades e empresas locais, no sentido de as sensibilizar para esta questão.
Foram convidados representantes dos bancos, hotéis, associação comercial, associação de municípios, Conselho da Cidade, câmara e junta de freguesia, para que estes possam apoiar a manutenção dos dois espaços verdes.
“É preciso garantir que o Parque e a Mata sejam zonas de grande atracção dos caldenses e dos turistas. O Centro Hospitalar, neste momento, não tem condições para assegurar isso”, comentou Carlos Sá.
Segundo Carlos Sá, basta uma verba mensal de 7.000 euros para que o Parque continue a ser bem cuidado. Na sua opinião, essa verba poderia ser custeada em parte pela autarquia e o restante por empresas locais.
Actualmente os trabalhos de manutenção e jardinagem estão ser feitos por alguns funcionários do CHON, que anteriormente já davam apoio a essa área.
Carlos Sá continua a defender que a principal preocupação do centro hospitalar tem que ser com a prestação de cuidados de saúde e não com a manutenção dos espaços verdes que fazem parte do seu património.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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