A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável apresentou queixa no SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente) denunciando a estrumeira existente na rua das Poças, entre Chão da Parada e Salir do Porto, a qual considera um risco para a saúde pública, nomeadamente devido à proximidade dos furos de captação de água da Câmara das Caldas.
Em comunicado, esta associação diz ainda que “é notório o desenvolvimento de uma população de moscas no local”.
Esta tomada de posição pública dos ambientalistas foi feita na sequência da notícia publicada na Gazeta das Caldas em 15/09/2017 (Danos ambientais no Chão da Parada) que relatava a colocação de toneladas de estrume de aves na zona entre Salir do Porto e Chão da Parada, num terreno não impermeabilizado, e destinadas a servir de fertilizantes para as plantações em redor.
Numa altura em que o calor ainda era intenso, os moradores do Chão da Parada queixavam-se de maus cheiros e das moscas provocados pela estrumeira.
Gazeta das Caldas voltou a contactar a Câmara das Caldas sobre esta situação, tendo o município repetido que continua a realizar análises à qualidade das águas ali captada e que as faz com uma frequência até superior aquilo que é legalmente exigido. Na resposta ao nosso jornal é ainda referido que esta situação específica já foi verificada pelos Serviços Municipalizados, mas não explica se tomou medidas para evitar a contaminação dos lençóis freáticos na zona.
Já o presidente da União de Freguesias de Tornada e Salir do Porto, o socialista Arnaldo Custódio, diz que visitou o local logo após a notícia da Gazeta, era então membro da Assembleia de Freguesia. “Estou muito preocupado e quero levar isto até às últimas consequências. Já contactei a Direcção Regional de Agricultura e o SEPNA, mas não sei se me vão responder”, disse.
De acordo com a GNR, a visita do SEPNA ao local, na sequência de queixas apresentadas em Setembro, resultou na detecção de duas infracções: “incumprimento das normas e deposição de estrumes temporários” e “transferência de efluentes para pessoa não autorizada”.
A mesma fonte oficial da GNR esclarece que as averiguações ainda não terminaram e que as infrações serão enviadas à Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP LVT).
Uma das captações de água que fica a escassas centenas de metros da estrumeira | C.C.