Assembleia Municipal sobre a saúde junta 300 pessoas no CCC

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A discussão em torno da fusão do CHON com o Centro Hospitalar de Torres Vedras gerou, na passada terça-feira, umas das assembleias municipais mais participadas de sempre. Cerca de 300 pessoas assistiram à reunião que, excepcionalmente, se realizou no grande auditório do CCC devido à grande participação popular.
Outra excepção: desta vez a Assembleia iniciou-se com a intervenção do público e ficou marcada pelas tomadas de posição de movimentos cívicos e de cidadãos em favor da continuidade da manutenção do CHON com todas as especialidades médicas agora existentes, lembrando que a saúde está na matriz desta cidade. Usaram da palavra o médico António Curado pelo Conselho da Cidade, Teresa Serrenho  do movimento Viver a Cidade, Mário Gonçalves e José Marques Serralheiro (que já tiveram responsabilidades na administração do hospital caldense) e o actor José Carlos Faria.
O debate em torno do futuro do CHON foi aceso, mas sem se chegar a consensos. Centrou-se mais nas questões políticas do que propriamente nas soluções para a saúde, até porque, de acordo com o presidente da Câmara, Fernando Costa, as conclusões definitivas do estudo da reorganização dos cuidados de saúde na região Oeste só deverão ser apresentados dentro de um mês.
O autarca informou ainda que todos os partidos serão ouvidos pela ARS de Lisboa e Vale do Tejo ou pelo Ministério da Saúde no âmbito do estudo que estão a efectuar e que prevê a repartição das especialidades entre os dois hospitais.
Um primeiro estudo, datado de Janeiro, apontava para a manutenção da maternidade e a concentração da Urgência Médico-cirúrgica nas Caldas. Já em Torres Vedras ficará localizada a Cirurgia programada e a Ortopedia, entre outras valências. Este documento previa que a junção dos seis hospitais (dois das Caldas, um de Alcobaça, um de Peniche e dois de Torres Vedras) proporcionasse uma poupança de 27,5 milhões de euros ao ano. No entanto, alguns deputados afirmaram nesta Assembleia ter conhecimento de uma segunda versão, em que os valores poupados apenas rondam os 15,9 milhões de euros.
Em debate esteve ainda a petição – lançada após o debate promovido pelo PS, CDU e BE no passado dia 15 de Fevereiro -, e cujo teor o presidente da Câmara considera “redutor” e quer ver alargado. Diz que o documento, tal como está, será prontamente aceite pelo governo pelo que nele quer ver mais conteúdos: a fundamentação de que as Caldas é uma cidade termal, a ampliação da segunda fase do hospital e, no futuro, quando houver verba, a construção de uma nova unidade.
O PS entregou a petição sob forma de moção na mesa da Assembleia, que será agora debatida na segunda comissão, por forma a obter um consenso que permita a todos os partidos assinarem o documento.
Segundo o PS, a petição já conta actualmente com cerca de 2000 assinaturas, pelo que não é fácil alterar agora o seu conteúdo, conforme propõe o presidente da Câmara.

A PALAVRA AOS VEREADORES

Uma terceira excepção nesta invulgar Assembleia Municipal: por proposta do presidente da Câmara os vereadores puderam falar. Inicialmente Fernando Costa quis dar voz aos vereadores e deputados na Assembleia da República, Maria da Conceição Pereira (PSD) e Manuel Isaac (CDS/PP), mas o PS ameaçou abandonar a sala se o seu vereador, Rui Correia, não pudesse, também, usar da palavra.
O Presidente da Câmara cedeu “à chantagem”, como o próprio fez questão de dizer, permitindo assim que todos os vereadores usassem da palavra sobre o assunto em debate.
Fernando Costa disse ainda estar convicto de que a administração do futuro Centro Hospitalar do Oeste não irá sair das Caldas. “Se assim não for, alguém me enganou e terá que ajustar contas comigo”, disse.
Dada a importância do tema em discussão, a continuação dos trabalhos foi adiada para o dia 6 de Março.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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2 COMENTÁRIOS

  1. Boa tarde,

    Uma vez mais se referem ao Centro Cultural das Caldas como CCC, CCC só conheço uma e é em Torres Vedras a mais de 30 anos.
    Agradeço que quando de referirem ao Centro Cultural das Caldas o identifiquem como tal e não como CCC por favor.

    Ines Mourao
    a direcção da CCC

  2. Este é o CCC de Caldas da Rainha, um dos melhores Centros Culturais de Portugal! Não vejo mal ou onde está o problema de dizer CCC de Caldas ou CCC de Torres… O nome oficial em Caldas é Centro Cultural e Congressos (logo, sigla CCC) e se atentarem no logótipo do Centro Cultural de Caldas, é precisamente CCC.
    Menina Inês, com todo o respeito, porque não hão-de haver 2 CCC’s? Todos pela Cultura, que este país bem precisa… Continuação de bom trabalho!