
Os deputados oestinos querem ver construído o novo hospital, ainda que a norte se discorde da localização proposta.
Unanimidade na Assembleia Intermunicipal do Oeste na congratulação pelo compromisso assumido pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de anunciar até março de 2023 a localização do futuro hospital. Os deputados intermunicipais manifestam acordo numa moção, aprovada na reunião intermunicipal de 19 de dezembro e que será enviada ao Governo, na qual defendem que o “Hospital urge em ser construído pelo futuro da saúde dos cidadãos do Oeste”.
Nesta reunião foi apresentado o “Estudo sobre o futuro da política pública da saúde do Oeste”, pelo seu autor, Pedro Simões Coelho, da NOVA IMS. O especialista apresentou, via online, as principais conclusões do relatório que numa primeira parte apresenta as propostas de localização para o novo Hospital e também qual o seu dimensionamento e perfil, numa procura projetada a 10 anos.
O estudo encomendado pela OesteCIM à Nova de Lisboa concluiu que o novo Hospital deverá aliviar outros hospitais de mais de 600 mil consultas e 14 mil internamentos e poupar aos utentes que recorrem ao privado 237 milhões de euros por ano. Para além disso, pode reduzir o “elevado custo”, na ordem dos 530 milhões de euros, suportado anualmente pela população oestina, dos quais 237 milhões de euros são referentes aos custos nos sistemas de saúde privados, por falta de acesso no público.
Entre as dúvidas dos deputados estiveram, desde logo, os critérios para a escolha da localização e porque foram definidos os 12 municípios e as oito freguesias de Mafra e não se teve em conta, por exemplo, concelhos como Rio Maior. Para o social democrata de Óbidos, Luís Cunha, deve também ser tido em conta a atratividade dos locais para os profissionais de saúde, como o facto de existirem boas escolas ou uma agenda cultural interessante. O socialista caldense, Jaime Neto, defendeu a sua construção nas Caldas e entende que a equipa devia ter considerado o critério da eficiência e sustentabilidade, defendendo que “um hospital para ser sustentável tem de estar próximo de uma cidade” e deve contribuir para o desenvolvimento económico e social.
“Este estudo teve o mérito de acelerar a discussão sobre o tema mas não devemos ter pressa em escolher”, disse o deputado, que ouviu por parte do deputado da CDU, Vítor Agostinho, uma opinião contrária: “a construção terá de ser imediata e é fundamental a manutenção de todos os serviços do SNS na região”, defendeu o autarca de Peniche.
Também o deputado social-democrata caldense Alberto Pereira reforçou que não concorda com os critérios usados na escolha da localização e pediu uma análise mais profunda, enquanto que António Curado (VM) realçou que a solução encontrada tem de considerar o todo nacional. O médico referiu-se ao facto dos concelhos a sul já terem mais respostas ao nível da saúde.
União em torno das Caldas
A construção do novo Hospital no Oeste aqueceu os ânimos na Assembleia Municipal das Caldas de 13 de dezembro, com o antigo presidente de Câmara, Fernando Costa, a alertar para o que considera ser “a maior tragédia para as Caldas da Rainha, do ponto de vista económico e social e histórico”, se o equipamento for, como propõe o estudo, para o Bombarral.
“Estamos perante o maior desafio e vejo toda a gente conformada, sinto-me traído, não vejo ninguém a agarrar a causa”, disse, manifestando, mais uma vez, a sua disponibilidade para colaborar na defesa do hospital nas Caldas.
Uma “energia” que o líder da bancada do VM, António Curado, entende que deve ser aproveitada para “participar num esforço conjunto de todos os cidadãos e consigamos criar um movimento que defenda o Hospital na zona das Caldas para toda a região”. Também o PS e PSD manifestaram a sua união em torno desta posição.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, não acredita que a decisão do ministro da Saúde já esteja tomada e garante que não se irá demitir das suas responsabilidades na luta pela instalação deste equipamento no concelho. “Vou fazê-lo com a Câmara, Assembleia Municipal, comissão de saúde e com todos que se envolvem na nossa comunidade e concelhos vizinhos”, disse, defendendo uma posição “reivindicativa mas positiva, de mostrar as razões pelas quais nós não concordamos”.
O chefe do executivo municipal diz que tem de ser feito trabalho interno, conferências e até posições de rua, “se assim for necessário” e conta, em janeiro, ter um “conjunto de dinâmicas que envolva todos”, para apresentar na Assembleia da República e tutela.






























