Assadores de castanhas foram ao centro escolar

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Assadores
Os assadores estiveram uma manhã na escola a comemorar o magusto com as crianças

Manuel Luís e o seu filho Miguel trocaram o centro da cidade, durante a manhã de sexta-feira, para ir assar castanhas para as crianças do Centro Escolar de Nossa Senhora do Pópulo. A escola todos os anos comemora o S. Martinho, mas este ano os pais e encarregados de educação juntaram-se para trazer junto das crianças a pessoa que assa as castanhas de forma tradicional e que eles costumam ver pela cidade nesta altura.
“Acho que é muito importante para o crescimento das crianças tomarem contacto com as tradições”, justifica a encarregada de educação, Liana Araújo, uma das mentoras da iniciativa.

Com o assador quente no fogareiro a carvão, as castanhas são ali colocadas depois de “retalhadas” e acrescentado sal. Em cerca de 10 minutos estão as castanhas assadas e prontas a comer.
Manuel Luís assa castanhas há uma dúzia de anos, depois de ter trabalhado durante anos numa serração de madeira. A actividade começou a ser exercida pela esposa, que entretanto faleceu, ficando o marido e os filhos a dar-lhe continuidade.
“Este ano o negócio está um bocado mais fraco, nota-se a crise”, diz. Constatação que tem o peso de uma experiência de seis anos a vender castanhas nas Caldas.
Da parte da tarde pai e filho voltaram para a cidade, até porque tinham pessoas à espera. São sobretudo os idosos que mais procuram os assadores, especialmente para dar aos netos. Uma dúzia de castanhas custa dois euros, preço que já mantêm há quatro anos.
Esta família começou a assar castanhas pela cidade há duas semanas e irão continuar a fazê-lo até ao Natal. Durante este período contam vender cerca de 400 quilos, em pacotes de dúzia e de meia dúzia.
O fruto seco também é difícil de encontrar, queixa-se o vendedor, que tem os seus fornecedores no Norte. “O que estraga o preço é a exportação porque eles têm muita procura e o preço aumenta”, diz, acrescentando que a castanha tem que ser de boa qualidade para cativar o cliente.
“Esta é uma vida difícil”, reconhece Manuel Luís, dando o exemplo do fumo a que estão expostos diariamente, assim como a chuva e o frio, mas adianta: “há que lutar pela vida e temos que pagar os encargos”.
Recentemente os cartuchos de jornal deram origem a pacotes próprios, uma vez que a legislação passou a proibir a existência de tinta na parte interior do pacote. Manuel Luís tratou de mandar fazer uns pacotes duplos, que servem para colocar as castanhas e as cascas. “É parte do lucro que se vai”, conclui.

Magusto no complexo do Alvito

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Também o complexo do Alvito (Óbidos) celebrou o Magusto na tarde de sexta-feira. O parque de estacionamento que se situa à frente da escola tornou-se pequeno para acolher crianças, familiares, professores, funcionários e animadores, que ali fizeram a tradicional castanhada. O convívio prolongou-se até à noite e a música também marcou presença, com a actuação da Banda Juvenil da A-da-Gorda, orientada pelo professor de música Fernando Lino.
Para o Gonçalo, do quarto ano, tratou-se de uma “festa de arrasar”, onde não faltaram as castanhas assadas, frutos secos, doces, febras e bebidas. “Todos participaram com alegria e foi um grande dia”, conclui.
Esta iniciativa foi desenvolvida pela equipa de coordenação do complexo em conjunto com a associação de pais, no âmbito do projecto para este ano lectivo, que tem por base o tema “Viver Melhor”.

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