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Recordamos as primeiras mulheres a escrever na Gazeta, a criação da Página da Mulher e até a primeira edição do ano de 1939, feita em exclusivo por várias mulheres
O desafio para este artigo era analisar a presença da mulher nas primeiras edições da Gazeta das Caldas. Nesse sentido, a primeira figura feminina destaca-se logo no primeiro número, publicado a 1 de outubro de 1925, num artigo sobre a homenagem à Rainha D. Leonor, fundadora da cidade termal, por ocasião do quarto centenário da sua morte.
Logo em janeiro de 1926 surgem uns poemas, ao que parece da autoria de uma mulher, sob o pseudónimo Irma Luce.
Nessa mesma edição há uma carta da atriz Lucilia Simões sobre as suas atuações nas Caldas, na sequência de uma entrevista dada ao “Século” em que teria feito, segundo o jornal de então, “afirmações menos agradáveis para o público das Caldas”.
A partir de 15 de maio desse ano, e portanto, há praticamente um século, foi criada na Gazeta das Caldas a “Página da Mulher”, com conteúdos destinados ao público feminino. Esta página não tinha, no entanto, uma periodicidade semanal.
Há quase um século a Gazeta criava a “Página da Mulher”, com temas direcionados ao sexo feminino
Na primeira edição do ano, em 1939, e num jornal de pendor claramente nacionalista, apresenta-se uma edição feita quase em exclusivo por mulheres. “As nossas colaboradoras do número de hoje”, intitula-se o artigo que explica esta edição.
“Rendemos publicamente a nossa melhor homenagem com a expressão dos nossos mais vivos agradecimentos às ilustres senhoras que accedendo ao nosso pedido, honraram hoje as colunas dêste jornal com a sua valiosa colaboração”, lê-se no artigo, que nomeia as colaboradoras desta edição especial.
“A direcção da Gazeta confessa-se profundamente reconhecida, pela elevação, graça e brilho dos artigos com que valorizaram o nosso número do Ano Bom”, termina o artigo.
Nas primeiras décadas, a escritora e crítica de arte D. Elisa de Alvarenga é a articulista que mais colabora com a Gazeta das Caldas. ■
