Cinco artesãos e artistas plásticos ligados à forja de metais estão este ano a participar, pela primeira vez, no mercado medieval de Óbidos. Para este fim-de-semana propuseram-se a um desafio, no mínimo, curioso – fazer uma espada semelhante à que terá sido usada por D. Afonso Henriques e que, segundo o mito, teria dois metros e pesava cinco quilos.
Nos socalcos da cerca do castelo, os artesãos vão utilizar o aço para fazer a espada, que será depois forjada com gravações de acordo com a época. Estes artesãos são do concelho das Caldas e divulgam a marca Lombo do Ferreiro com o intuito de dar visibilidade à arte cuteleira, homenageando o sítio arqueológico que tem o mesmo nome e que fica situado no concelho de Alcobaça, onde foram identificados vestígios de actividade metalúrgica desde a Idade do Bronze Final.
O Lombo do Ferreiro recorre à sabedoria dos artesãos locais, utilizando os processos de fabricação, técnicas e ferramentas seculares, para recriar e recuperar antigos modelos portugueses. Nas suas peças, únicas, usam materiais naturais como o chifre, corno, osso e madeiras nobres.
A edição deste ano do mercado medieval, dedicada às Artes e Ofícios, realiza-se até 18 de Julho, mas apenas de quinta-feira a domingo. Na primeira semana visitaram a “festa da história” perto de 20 mil pessoas, segundo a Óbidos Patrimonium, que organiza o evento. O seu administrador José Parreira, reconhece que a afluência ficou aquém das expectativas, ainda que o número tenha sido semelhante ao dos anos anteriores. “Os turistas ainda não chegaram em força”, disse o responsável, destacando que o mercado este ano começou mais cedo. “Mas o próximo fim-de-semana será excelente ao nível de afluência, com o bom tempo a ajudar”, acrescentou.
O mercado conta este ano com 129 pontos de venda (19 tasquinhas e 110 bancas de artesanato e outros produtos), 19 colectividades representativas das nove freguesias do concelho, 10 grupos de música e 16 grupos de animação, num total de 130 elementos.
De acordo com a organização, houve um reforço de vendedores e uma aposta forte na cenografia. “Há também muito mais artesãos e um espaço árabe, de que as pessoas têm sentido falta”, disse José Parreira.
Entre os grandes atractivos estão as ceias medievais (uma novidade) o assalto ao castelo, um acampamento militar e civil e um espaço para torneios medievais.
O evento abriu as portas a 1 de Julho. No dia seguinte a empresa municipal que organiza o evento celebrou um protocolo com a Fundação Batalha de Aljubarrota, que tem como principal objectivo “unir esforços na procura da divulgação” das actividades de ambas as instituições. Estas vão a partir de agora trocar “produtos comerciais nas suas unidades de venda ao público”, desenvolver “um roteiro medieval na região” e avançar com “acções de recriação histórica” e de “promoção e publicidade recíproca em Óbidos e no Campo de São Jorge”.
O bilhete de ingresso custa sete euros, mas os trajados à época e os portadores da via verde (um cartão municipal de acesso a eventos culturais) têm entrada gratuita. Os munícipes têm entrada gratuita à quinta e sexta-feira.































