Artesanato coloriu largo do Hospital Termal durante o fim-de-semana

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O Caldas Cria – mercado de produção artesanal, que se realizou no passado fim-de-semana, deu um colorido diferente ao largo do Hospital Termal. No sábado e domingo  havia artesanato, cerâmica e comida em perto de 30 bancas. A organização foi da Associação de Artesãos das Caldas, que tem nova direcção.

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No passado fim-de-semana realizou-se no Largo do Hospital Termal um mercado de artesanato. Num semicírculo que num lado dos lados faz um corredor para a porta do Céu de Vidro, estão perto de 30 bancas com diferentes produtos.
É lá que encontramos, por exemplo, esculturas em cascas de ovo. Laura Neves é uma professora açoriana que vive há mais de 30 anos no concelho das Caldas e que há dez começou esta actividade.
A artesã utiliza cascas de ovo de galinhas, patas, gansas, avestruzes e emas e também já tentou com um produto típico da região: os ovos de codorniz, “mas são muito quebradiços e fica uma peça muito pequena, como os de pombo”.
Nunca tinha participado num mercado Cria. “O sítio é bom, mas tendo em conta que veio esta vaga de calor que ninguém esperava, talvez fosse melhor no Parque porque estava mais fresco”, diz.
Já a portuense Isabel Rêgo, que há dez anos vive nas Caldas, começou há pouco tempo a transformar madeiras em objectos utilitários e decorativos. Também ela aproveita as cascas (e não só), mas das árvores, e cria candeeiros, cabeças de falcão peregrino, entre outros.
Veio ao mercado a convite de duas amigas que vendem rosas feitas de pasta de serradura. Apesar de achar que esta iniciativa “podia ser mais divulgada”, conta que “para uma primeira edição aqui e para o primeiro dia está óptimo pois estamos a vender bem”.
Entre as esculturas, peças em madeira, cerâmica de vários tipos, bijuteria, produtos medicinais e os Bordados das Caldas, encontramos João Ricardo, que tem uma carpintaria e serralharia em A-dos-Francos e que no mercado é uma atracção porque trabalha ao vivo.
No dia-a-dia produz interiores de casas em madeira, mas na feira vende peões, flores de madeira, punhos de bicicleta, tábuas de cortar, faqueiros e quebra-nozes. “Isto é mais um hobby”, diz.
José Ricardo tem também em exposição algumas ferramentas antigas de carpintaria. “Acho que se devia fazer este mercado mais vezes, para criar habituação”, defende.
Mais perto do Céu de Vidro há comida e bebida: entre as panquecas holandesas (Poffs), os crepes (Arte&Come), os bolos (Café Machado) e as bolachas (Gramas com Sabor), há batatas fritas (Ronda), queijos (Pasto da Vila), mel (Belarmino da Usseira), chutneys e manteiga (Ayurose). Tudo muito caseiro, no bom sentido do termo, tudo “made in” Oeste. Para beber, havia cerveja Bordalo produzida, claro, nas Caldas.
A Universidade Sénior, que ali realizava um evento ao lado (no Céu de Vidro), saiu no sábado em desfile, com os alunos mascarados de Bordallo Pinheiro ou de peças feitas pelo autor.
Já perto do final do mercado, no domingo, falamos com o presidente da Associação de Artesão das Caldas da Rainha, entidade que organizou o evento. Pedro Braz fez um balanço extremamente positivo do evento. “Não houve grandes enchentes, mas houve sempre gente a passar e praticamente toda a gente fez negócios e contactos”.
Afirmou ainda que “para um primeiro mercado ficou a fasquia num nível muito interessante”.
Esta iniciativa vai voltar a realizar-se ainda este ano, no início de Setembro. Isto porque a associação quer que este se torne um hábito. Para essa segunda edição pretendem “ter mais expositores, melhorar a logística, iluminação, animação e divulgação”.
Pedro Braz elogiou o espaço onde se realizou a iniciativa e agradeceu aos artesãos e aos Gaiteiros da Fanadia que animaram o mercado.

Associação com nova dinâmica

 

Criada em 1982, a associação de artesãos conta com 15 sócios de vários pontos do concelho. Quando a actual direcção tomou posse “a associação estava um pouco parada”. Daí que tenham proposto mudar.
Para começar, têm planeado ouvir os artesãos e perceber o que pretendem da associação.
Decidiram também realizar iniciativas nas Caldas a fim de divulgar a associação e captar associados. A realização deste mercado insere-se nessa lógica.
Em Julho a associação vai colaborar com a União de Freguesias de N. Sra Pópulo, Coto e São Gregório e Câmara: nos concertos das bandas na Praça vão expôr e trabalhar ao vivo no tabuleiro.
No futuro pretendem reabrir o quiosque na Praça 5 de Outubro e criar uma sede da associação que inclua um espaço de trabalho.

Noticias das Caldas
| I.V.

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