O regresso da animação foi uma novidade na edição deste ano do evento. A meteorologia adversa impediu maior afluência do público
Na tarde de sábado passado, dia 30 de outubro, cerca de meia centena de pessoas assistia ao concerto de Francisco Peças no mercado municipal de Alcobaça, por ocasião da Feira de São Simão. O evento retomou, este ano, o programa de animação, que, com exceção do ano passado, devido à situação pandémica, costuma realizar-se e ajudar a atrair mais público para a tradicional feira dos frutos secos e passados.
O certame remonta ao reinado de D. Manuel I (1495-1521) e é sempre celebrado entre o dia de São Simão (28 de outubro) e o dia de Todos os Santos (1 de novembro).
A tradição é centenária, e mantém-se, embora, ao contrário de antigamente, atualmente já seja relativamente fácil encontrar frutos secos e passados em qualquer época do ano. Ainda assim, conta-nos a vendedora Helena Faustino, “há pessoas que vêm de propósito ao São Simão para comprar os frutos secos e que depois não compram mais durante o ano, como se fazia antigamente”.
Natural de Aljubarrota, foi de forma natural que aquela vendedora começou a vender estas iguarias, já há mais de três décadas. “Vendo no São Simão desde que o evento se mudou para este espaço, no mercado municipal, já há mais de dez anos”, contou à Gazeta das Caldas.
Enquanto agricultora que vendia os produtos, mas também enquanto apreciadora de frutos secos, foi um salto lógico começar a vender este tipo de produtos. “Por outro lado, a minha avó já passava uvas e secava figos”, disse.
Helena Faustino é adepta não só dos frutos secos, mas do outono em si. “Gosto muito das cores desta época e faço arranjos com fruta para vender”, explicou a vendedora, que tem uma banca durante todo o ano no mercado de Alcobaça, mas que também vende nos mercados de Porto de Mós e de Ourém.
Pelo São Simão, os produtos mais procurados continuam a ser os figos e as uvas de cacho, mas também, obviamente, as nozes e as castanhas, que são particularmente apreciadas nesta época do ano.
“Muitas pessoas aproveitam para levar também uns tremoços e umas pevides, mas em menores quantidades”, esclarece a comerciante.
Comparativamente com outros anos, Helena Faustino sentiu que, até sábado, esta edição estava a ter pouca afluência do público. “Acho que este ano está fraquinho, mas as condições meteorológicas também não estão a ajudar, com esta chuva e vento”, analisou.
A animação musical é, na opinião desta aljubarrotense, um importante atrativo para a qualidade do evento.
“Antes da pandemia, a animação conseguia trazer muita gente para a feira, pelo que é importante que seja retomada”, recordou.
À saída da feira, Isabel Tavares, que vinha das compras, mostrou-se satisfeita com a realização do evento. “Costumo vir ao São Simão, só no último ano é que não vim”, assumiu a alcobacense.
“Considero que a existência deste evento é boa para Alcobaça, é mais um evento para podermos arejar a vista, conviver e, claro, comprar os frutos secos e passados”, disse a visitante, para quem a animação também é importante para cativar mais público. “E para nos ajudar a distrair”, assumiu. Ainda assim, considerou que a feira atraiu “menos público do que num ano normal”, mas relativamente às bancas, “mantém-se mais ou menos com o mesmo número de vendedores”.
O fruto preferido de Isabel Tavares são, sem dúvida, as uvas passadas e na Feira de São Simão, garante a alcobacense, “encontram-se as melhores!” ■































